A ALACIB é uma Associação Literária sem fins econômicos, com sede e foro em Mariana, Minas Gerais, CNPJ 10778442/0001-17. Tem por objetivo a difusão da cultura e o incentivo às Letras e às Artes, de acordo com as normas estabelecidas no seu Regimento.

Diretoria da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil
Presidente Fundadora: Andreia Aparecida Silva Donadon Leal
Presidente Executivo: J.B.Donadon-Leal
Vice-Presidente: J.S.Ferreira

Secretário-Geral: Gabriel Bicalho
Promotora de Eventos Culturais: Hebe Maria Rôla Santos

Cerimônia de Posse de Auxiliadora de Carvalho e Lago


Mesa de Honra da Solenidade
Gabriel Bicalho, Auxiliadora de Carvalho e Lago, Andreia Donadon Leal, Lybio Magalhães,
Marilza Albuquerque de Castro e João Vítor Dias

A Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil, realizou reunião solene de Posse, como Acadêmica Efetiva, na cadeira 26 da Acadêmica Maria Auxiliadora de Carvalho e Lago, no dia 28 de julho de 2012, no auditório do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFOP. O discurso de saudação à empossanda foi proferido pelo acadêmico José Benedito Donadon-Leal. A neo-acadêmica proferiu discurso de louvação à sua Patrona - Clarice Lispector. O senhor Raimundo Nonato Barcelos, Prefeito da cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo, representado pelo Secretário de Finanças do município, João Vítor Dias, tomou posse como Membro Benemérito da ALACIB e recebe Placa de Mérico Cultural ALACIB e Aldrava Letras e Artes. Foi outorgado o título de Mérito Acadêmico ALACIB ao escritor Lybio Ribeiro Magalhães e o título de Mérito Cultural Aldrava Letras e Artes ao professor doutor Gerson Luiz Roani. O coral Meninas Cntoras de São Gonçalo do Rio Abaixo recebeu o diploma de Mérito Cultural ALACIB. A coordenadora do Projeto A Leitura vai à Escola, Hebe Rôla, recebeu Voto de Congratulações ALACIB.
A Academia Marianense Infanto-Juvenil de Letras fez a apresentação da poesia de Auxiliadora de Carvalho e Lago, e dos livros lançados por Andreia Donadon Leal (Pés no Chão - crônicas), Gabriel Bicalho (beiral antigo - poesia) e J. B. Donadon-Leal (Óbvias Liberdades - poesia infanto-juvenil). Os acadêmicos infanto-juvenis laurearam Auxiliadora de Carvalho e Lago e Raimundo Nonato Barcelos com o botom Alphonsus de Guimaraens, patrono daquela academia.
O tenor Marzo Sette Torres e o coral Meninas Cantoras de São Gonçalo do Rio Abaixo brindaram os participantes da reunião solene com brilhantes apresentações musicais.
Durante a reunião estiveram expostos trabalhos de alunos de escolas públicas e particulares de Mariana, resultados das atividades de leitura do livro Chitarô - cadê o gato? de hebe Rôla, desenvolvidas no Projeto A Leitura vai à Escola, coordenado pela acadêmica Hebe Rôla em parceria com a Academia Marianense Infanto-Juvenil de Letras.
A reunião foi encerrada com o lançamento dos livros Pés no Chão - crônicas - de Andreia Donadon Leal; beiral antigo - poesia - de gabriel Bicalho e Óbvias Liberdades - poesia infanto-juvenil - de J. B. Donadon-Leal e ilustrações de Deia Leal.


J. B. Donadon-Leal profere discurso de saudação a Auxiliadora de Carvalho e Lago
(Foto: Magna Campos)


Auxiliadora de Carvalho e Lago profere discurso de louvação a Clarice Lispector


JS Ferreira e José Luiz Foureaux de Souza Júnior conduzem a novel acadêmica Auxiliadora de Carvalho e Lago

JS Ferreira e José Luiz Foureaux de Souza Júnior conduzem a novel acadêmica Auxiliadora de Carvalho e Lago



Auxiliadora de Carvalho e Lago recebe Diploma de Acadêmica Efetiva da ALACIB de
Andreia Donadon Leal (Presidente) e Gabriel Bicalho (Secretário)


J. B. Donadon-Leal profere discurso de saudação a Auxiliadora de Carvalho e Lago

Auxiliadora de Carvalho e Lago
profere discurso de louvação a Clarice Lispector

Gabriel Bicalho lê Ata de Posse de Auxiliadora de Carvalho e Lago

Auxiliadora de Carvalho e Lago assina Ata de Posse


Auxiliadora de Carvalho e Lago recebe flores de seus filhos

Raimundo Nonato Barcelos, Prefeito da cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo, representado pelo Secretário de Finanças do município, João Vítor Dias, tomou posse como Membro Benemérito da ALACIB e recebe Placa de Mérico Cultural ALACIB e Aldrava Letras e Artes.


João Vítor Dias, representante de Raimundo Nonato Barcelos, recebe de Magna Campos, Diploma de Membro Benemérito da ALACIB

João Vítor Dias, representante de Raimundo Nonato Barcelos, recebe Gabroiel Bicalho, Placa de Mérito Cultural ALACIB e Aldrava Letras e Artes


Outorga de Diplomas de Mérito


Goretti de Freitas e Gabril Bicalho entregam Diploma de Mérito Acadêmico ALACIB a Lybio Ribeiro Magahães

Andreia Donadon Leal entrega Diploma de Mérito Cultural Aldrava Letras e Artes ao Dr. Gerson Luiz Roani



Vista parcial da plateia


J.S.Ferreira, Gilberto Madeira, José Luiz Foureaux, J. B. Donadon-Leal, Andreia Donadon Leal,
Auxiliadora de Carvalho e Lago, Marzo Sette Torres, Angela Togeiro, Anicio Chaves, Cecy Barbosa Campos,
Goretti de Freitas, Marilza Albuquerque, Lybio Magalhães e Gabriel Bicalho
(Foto: Adriel Campos)

Atrações poéticas e Musicais


Apresentação da poesia de Auxiliadora Carvalho e Lago pela
Academia Marianense Infanto-Juvenil de Letras


Tenor Marzo Sette Torres
(Foto: Magna Campos)


Coral - Meninas Cantoras de São Gonçalo do Rio Abaixo


Coral - Meninas Cantoras de São Gonçalo do Rio Abaixo no auditório do ICHS
(Foto: Adriel Campos)


Exposição de trabalhos de alunos de Escola Públicas e Particulares de Mariana
Projeto: A Leitura vai à Escola - coordenação de Hebe Rôla


Livros: Pés no Chão - crônicas - de Andreia Donadon Leal;
beiral antigo - poesia
- de gabriel Bicalho
e Óbvias Liberdades - poesia infanto-juvenil - de J. B. Donadon-Leal e ilustrações de Deia Leal


Gabriel Bicalho, J. B. Donadon-Leal e Andreia Donadon Leal autografam em 28/7/2012
(Foto: Adriel Campos)


Gabriel Bicalho, J. B. Donadon-Leal e Andreia Donadon Leal em 28/7/2012
(Foto: Adriel Campos)

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Registro de presenças

Assinam Livro de Presenças: 98 pessoas

Membros da ALB-Mariana presentes:
Cadeira Nº 01 – Andreia Aparecida S. Donadon Leal - Patrono: Affonso Augusto Moreira Penna
Cadeira N° 02 - José Benedito Donadon-Leal - Patrono: Camilo Francisco Leal
Cadeira n° 03 - José Sebastião Ferreira - Patrono: Lázaro Francisco da Silva
Cadeira n° 04 – Gabriel José Bicalho - Patrono: Antônio Brant Ribeiro
Cadeira nº 05 - Hebe Maria Rôla Santos - Patrono: Alphonsus de Guiamraens
Cadeira n° 06 – Anício Chaves - Patrono: Dom Silvério
Cadeira nº 09 - Marilia Siqueira Lacerda - Patrono: José Batista Mendonça
Cadeira nº 12 - Angela Togeiro - Patrono: Francisco Sodero
Cadeira n° 13 – Adalgimar Gomes Gonçalves - Patrono: Castro Alves

Cadeira n° 18 – Magna das Graças Campos - Patronao: Cora Coralina
Cadeira n° 19 – Maria Goretti de Freitas Oliveira - Patrona: Henriqueta Lisboa

Cadeira nº 21 - Marzo Sette Torres - Patrono: Zoroastro Torres
Cadeira nº 22 - Cecy Barbosa Campos - Patrona: Rachel de Queiroz
Cadeira nº 25 - José Luiz Foureaux de Souza Júnior - Patrono: Caio Fernando Abreu
Cadeira nº 26 - Auxiliadora de Carvalho e Lago - Patrona: Clarice Lispector
Acadêmico Honorário:
Gilberto Madeira Peixoto
Acadêmica Correspondente: Marilza Albuquerque de Castro

Registro de presença de autoridades
Marilza Albuquerque de Castro -
Presidente do InBrasCI
Nilze Monteiro -
Diretora do InBrasCI - MG
Humberto Martins - acadêmico da ALEPON
José de Assis - acadêmico da AMULMIG
Luiz Alberto de Magalhães - acadêmico da AMULMIG
Águeda dos Anjos - Presidente da Academia Marianense infanto-Juvenil de Letras
Miriam Stella Blonski - Diretora do Centro Cultural de São Gonçalo do Rio Abaixo
Desembargador Armando Pinheiro Lago
Reinaldo Morais - jornalista
Lucina Maria Duarte - escritora

Imprensa presente: Jornal O Espeto - Mariana, MG


Discurso de Apresentação de Auxiliadora de Carvalho e Lago

Por. J. B. Donadon-Leal
Posse de membro Efetivo – Cadeira 26 (Maria Auxiliadora de Carvalho e Lago)
Patrona: Clarice Lispector
Mariana, 28 de julho de 2012 – Auditório do ICHS.

Senhora Presidente Fundadora desta Academia, Andreia Donadon Leal, que com pujança dirige esta casa de cultura;
Sr. João Vitor, representante do Prefeito Raimundo Nonato, que com a escritora Miriam Blonski, aqui presente, formam um trio que ama incondicionalmente as artes – grandes parceiros nossos;
Senhor Secretário desta Academia, poeta Gabriel Bicalho, criador do Jornal Aldrava Cultural. Vejam os senhores, o site do Jornal Aldrava Cultural alcançou a marca de um milhão de visitas.
Dra. Marilza Albuquerque de Castro – Presidente do Instituto Brasileiro das Culturas Internacionais
Acadêmicos da Academia Marianense Infanto-Juvenil de Letras e coordenação da Exposição "E a Semente Germinou", de trabalhos escritos por alunos de escolas públicas e particulares de Mariana, vinculada ao Projeto "A Leitura vai à Escola".
Professora e artista plástica Nilze Monteiro – Diretora Cultural do InBRasCI-MG
Meninas cantoras de São Gonçalo do Rio Abaixo
Familiares de novel Acadêmica Maria Auxiliadora de Carvalho e Lago, cuja presença valoriza ainda mais este encontro acadêmico.
Acadêmicos visitantes, da AMILMIG e da ALEPON
Confreiras e Confrades da ALACIB
Senhoras e senhores
A Batalha de Lepanto, em 1571, marca a grande vitória da armada cristã comandada pelo filho bastardo do imperador Carlos V, D. João de Áustria, sobre os otomanos, que pediu auxílio à Virgem Santíssima e mereceu reconhecimento público do Papa Pio V.
Duzentos e quarenta anos mais tarde, em 1814, o papa Pio VII para libertar-se do cativeiro imposto por Napoleão Bonaparte pediu auxílio à Virgem Santíssima.
O que há de comum nesses dois fatos, e o que têm esses fatos com a posse acadêmica de hoje?
Na Batalha de Lepanto, o Papa Pio V reconhecendo o auxílio da Virgem à armada de D. João de Áustria, inclui na ladainha o título de Auxiliadora dos cristãos.
Na resistência a Napoleão, 240 e quarenta anos mais tarde, o Papa Pio VII instituiu a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, em agradecimento ao auxílio da Virgem por sua sobrevivência ao cativeiro.
O nome Auxiliadora é vinculado à resistência, à vitória, ao reconhecimento pelo auxílio incondicional de Maria, nome da Mãe de Jesus e pré-nome da novel acadêmica.
Na segunda metade do século XIX, Tchaikovsky (1840 – 1893), embora não faça parte do Grupo dos Cinco (Mussorgsky, César Cui, Rimsky-Korsakov, Balakirev e Borodin) de compositores nacionalistas russos, tem sua musical forma de compor balés, óperas, sinfonias e concertos para piano mundialmente conhecida e reconhecida.
E o que tem Tchaikovisky com a escritora, jurista, professora Maria Auxiliadora de Carvalho e Lago?
Mais uma vez o nome, embora sem relação onomástica, sem investigação de possível explicação de sua origem. Trata-se apenas de uma coincidência feliz – Lago remete-nos ao Lago dos Cisnes, de Tchaikovisky. São os mistérios dos encontros que constroem a continuação da vida que promove novos encontros que propiciam a eternização do universo e do tempo. Maria Auxiliadora de Carvalho não apenas associa Lago ao seu nome, mas adiciona-o, pois as somas precedem qualquer tentaiva de divisão – como dividir aquilo que ainda não se somou, se avolumou par permitir divisão?
Encontros que somam!
Eis que dos encontros e das somas nascem movimentos nos corpos que elaboram coreografias artísticas, entre as quais a nobre coreografia literária.
Se em Auxiliadora encontramos afago nos momentos de agrura, na melodia do Lago encontramos um motivo para o recolhimento e para a dança. Eis que não o Lago dos Cisnes, mas da navegação literária de Lago, surge magestosa a rua do quebra nozes. Sim, é esse o nome do conto que dá título um livro magistral de Auxiliadora de Carvalho e Lago. Tchaikovisky entrecruzando sua vida literária não como um conto a mais, mas como o conto que dá nome ao livro de contos. Conto fantástico, em que o irreal toma corpo de realidade tão factível que quem lê vê o Senhor Tchai em sua clausura musical. Conto Maravilhoso, interdiscursivo com o personagem central do conto quebra-nozes e o rei dos camundongos de Hoffmann. O fantástico e o maravilhoso, diria hoje Vladmir Propp, constituem a essência da morfologia de todo conto, pois na elaboração de um conto há de preponderar a ficção. Se a ficção está na gênese do conto, ele não há de ser mero relato de um acontecimento, mas a instauração de um acontecimento dentro de uma escala de possíveis ocorrências de eventos em algum mundo possível no universo da imaginação.
O conto bem contado não conclui o relato, mas o encaminha para conclusões. É o que vemos na finalização magistral do conto nem bicho, nem carrasco, em que esta notável escritora que ora toma posse nesta Academia, em vez de concluir seu conto, coloca o pipoqueiro do parque numa enrascada sem precedentes – testemunha principal de um crime.
O conto bem contado tem em sua finalização o início de outros contos. Bem diz o ditado popular: quem conta um conto, aumenta um ponto. E a contista que ora toma posse nesta Academia tão eficazmente aumenta pontos em seus contos que já foi premiada várias vezes em concursos nacionais de contos.
É assim que agora vemos a mineira de Bom Despacho, que fez o CURSO PRIMÁRIO no Grupo Escolar Coronel Praxedes e no Grupo Escolar João Dornas Filho em Bom Despacho; que fez o CURSO GINASIAL no Ginásio Estadual de Bom Despacho, no Colégio Isabela Hendrix em Belo Horizonte e no Instituto de Educação de Minas Gerais em Belo Horizonte. Fez o CURSO NORMAL no Instituto de Educação de Minas Gerais em Belo Horizonte e iniciou o CURSO SUPERIOR na Faculdade de Ciências e Letras de Diamantina em 1978, transferindo-se para a Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Federal de Minas Gerais em Belo Horizonte em 1981. (Um semestre antes de se formar, fez re-opção para Direito na mesma Universidade Federal de Minas Gerais), curso que concluiu em 1989 na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais.
Que dizer da poesia de Auxiliadora de Carvalho e Lago, aqui apresentada a esta plateia e tão bem interpretada nas vozes encantadoras dos jovens da Academia Marianense Infanto-Juvenil de Letras, esta Academia que ao lado de Hebe Rôla coordena o projeto "A Leitura vai à Escola", com trabalhos aqui dispostos na Exposição "E a Semente Germinou".
De sua poesia são dezenas de publicações em jornais, revistas, antologias e livros, tendo sido premiada em vários concursos e poesia e de trovas.
Uma mensagem de paz, / uma mensagem de luz, / só um símbolo nos traz: / o de um Cordeiro na cruz. Essa trovadora publicou essa trova no Jornal Aldrava Cultural em novembro de 2003. São tantas trovas publicadas por Auxiliadora Lago ao longo desses anos de vida da Aldrava, solidificando nossa convivência poética.
Dizer de poesia é dizer da mais nobre das artes. Poesia é a a construção de imagens apenas com palavras, não com tintas! Fazer poesia é fazer música para ser interpretada sem acompanhamento orquestral! A pintura e a melodia próprias da poesia são a elevação do homem à sua deidade suprema – diria hoje Aristóteles ao vislumbrar no homem o ser criador da sua própria existência, para a qual diria Platão – amar a si é condição para a existência de qualquer outra forma de amor.
A poesia é a Projeção de si, na pintura-musical da poética de Auxiliadora Lago, que mulher:
o objeto,
o espelho,
deixou-se
mirar e mirar...

numa projeção mulher gênero que se descobre e se vê projetado na existência finalmente igual em um mundo que se cosntruiu machista. A poesia é grata à vida e à poesia qua a vida exala:
Hoje, especialmente,
larguei tudo
só para vê-lo!
Vê-lo assim
sempre o mesmo,
sempre terno,
eterno,
no seu terno
de linho branco,
com seu chapéu,
seu charuto
e seu piano,
a executar
suas canções,
na “tevê”,
para nós...

É Tom Jobim na poesia encantadora dos endêmicos versos da novel acadêmica.
Na poesia não há timidez que faça o ser supremo de Aristóteles de esconder de si, roubando da antítese de Platão a grandeza – mesmo que matemática – da natureza humana.
Eis que a poeta ou a poetiza Auxiliadora de Carvalho e Lago encontra-se nessa grandeza que só se encontra na arte da poesia.
Eis que a professora primária, aquela única súdita que não se inclina ao imperador japonês, projeção de si para a projeção dos educandos. Mais uma face nobre nessa soma de ligações nobres da novel acadêmica.
Professora primária na Escola Estadual Guia Lopes, em Belo Horizonte, em 1967. Professora primária na Escola Estadual Luiz Peçanha, em Belo Horizonte, em 1968. Professora primária na Escola Estadual Cel. Jonas Câmara, em Itamarandiba/MG, em 1970. Professora primária na Escola Estadual Noraldino de Lima, no Prata/ MG, em 1971. Professora primária na Escola Estadual Luiza de Marilac no Serro/MG, de 1972 a 1976. Cooperadora Salesiana, durante 10 anos consecutivos, atuando como professora e secretária do CESAM – Centro Salesiano do Menor. A professora ainda foi a Idealizadora do Coral da AMAGIS, fundado em 2001, integrado por desembargadores, juízes e seus familiares, com cerca de 50 integrantes, tendo feito parte dele como soprano, durante alguns anos, junto com seu marido e filhos; o coral fez várias apresentações em Belo Horizonte, bem como em diversas cidades históricas mineiras, sempre com muito sucesso.
Como é importante enaltecer o nobre trabalho da professora primária!
Eis que surge a advogada – eia, pois, advogada nossa – mais uma vez evocação aditiva à Virgem – motivo e resultado do nome Maria Auxiliadora.
Advogada particular em Belo Horizonte, especializada no ramo do Direito de Família, de 1990 a 1995. Advogada assessora judiciária do extinto Tribunal de Alçada de Minas Gerais e, posteriormente, do Tribunal de Justiça MG, de 1995 a 2006.
Eis a autora de livros Auxiliadora de Carvalho e Lago. “Me dá um cavalo?” (infanto-juvenil)/1998 – Editora “Armazém de Idéias” – BH.
“O Natal e a Lenda do Anambé-Azul" (infanto-juvenil)/1999 – Paulinas Editora/SP; esta obra faz parte do acervo do Centro de Documentação Permanente da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, RJ – CEDOP/FNLIJ; e faz parte do catálogo dos livros de autores brasileiros, selecionados pela referida fundação, que participaram da “Bologna Children’s Book Fair – by European Cultural Center”, em abril de 2000. E o livro de contos “A Rua do Quebra-Nozes”, publicado pela Editora Decálogo/BH, em maio de 2006.
São somas, são adições, são elevações sublimes do fantástico e do maravilhoso na velha lâmpada de Aladim, em um velho, um guarda-chuva mágico e uma cadeira voadora e a simplicidade dos milagres, contos fantásticos, contos maravilhosos desta maestra (professora), advogada nossa, sempre Maria, sempre Auxiliadora pelas palavras, patrimônio de amparo à alma que só a literatura pode oferecer à humanidade, tal como fizeram os ficcionistas da antiguidade, hoje elevados à condição de profetas bíblicos; tal como fazem os escritores atuas que atualizam as expectativas de vida para projeções de mais milhares de anos.
Tudo que é simples, ingênuo, exige de nós uma grande sensibilidade, para que não nos passe despercebido. Assim inicia Auxiliadora de Carvalho e Lago o conto a simplicidade dos milagres. Assim esta Academia com sensibilidade viu na produção literária da novel acadêmica credenciais de grandeza matemática, aquela que nas funções faz no tempo e no espaço a geração do infinito.
Com os cumprimentos extensivos aos seus familiares, nós, acadêmicos desta casa de Letras, Artes e Ciências, conclamamos: venha com sua arte literária enriquecer ainda mais os artísticos caminhos de ouro que nascem daqui de Mariana, a Primaz de Minas Gerais; bem-vinda a esta Academia de Letras, Artes e Ciências, escritora sinônimo de grandeza e de adição de tantas virtudes, Auxiliadora de Carvalho e Lago.

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Discurso de louvação a Clarice Lispector
proferido por Auxiliadora de Carvalho e Lago, na Academia de Letras, Artes, Ciências Brasil,
em Mariana, no dia 28/07/2012

Mãe da cultura, a primeira,
o berço, o torrão natal,
da bela história mineira,
Mariana, monumental !

Digna Presidente Fundadora da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil, Andreia Aparecida Silva Donadon Leal;
Caríssimo Sr. Presidente Executivo, José Benedito Donadon Leal;
Sr. Vice-Presidente José Sebastião Ferreira;
Sr. Secretário-Geral, Gabriel Bicalho;
Sra. Promotora de Eventos Culturais: Hebe Maria Rôla Santos;
Sr. Neo Acadêmico , Raimundo Nonato Barcelos;
Caríssimas Confreiras e Caríssimos Confrades;
Des. Armando Pinheiro Lago, meu querido esposo;
Demais Autoridades presentes;
Caro Confrade Marzo Sete Torres;
Membros da Academia Marianense Infanto-Juvenil de Letras;
Meninas Cantoras de São Gonçalo;
Queridos parentes e amigos que me prestigiam com suas presenças; meus adorados filhos, Alysson, Cristiano e Gustavo. Flávia e Paula, noras queridas;
Senhoras, Senhores, caríssimos jovens.


Sei que era uma agradável manhã de sol do dia 19 de abril de 2012. Estava orgulhosa e feliz, porque havia recebido boas notícias de Brasília, de meu filho Alysson. Mãe abençoada contemplava, ao longe, as ondulantes montanhas de Nova Lima, que brilhavam ao sol claro, risonho, radiante, que se solidarizava comigo naquele momento de felicidade. Inesperadamente, chegou-me às mãos um envelope contendo uma maravilhosa surpresa: um ofício com os seguintes dizeres:
“Ilustre acadêmica
Maria Auxiliadora de Carvalho e Lago
Mariana 18 de abril de 2012
Temos o prazer de comunicá-la, que seu nome foi indicado pela Diretoria da Academia de Letras do Brasil, de Mariana, para ocupar a cadeira de número 26, Patrona: Clarisse Lispector, como Membro Efetivo...”
Assinado:
Presidente: Andreia Donadon Leal
Li. Reli outras vezes... e saí exultante de alegria para compartilhar com meu marido, Armando, e meus filhos, Cristiano e Gustavo, que se encontravam em casa, uma notícia assim tão alvissareira.
Senti-me, naquele feliz dia, duplamente abençoada. Louvei a Deus, encantada com as maravilhas que Ele faz em nossas vidas! Meu coração, não conseguindo conter tanta prodigalidade, transbordou-se em lágrimas de agradecimentos. Eu estava agradecida a Deus e às pessoas generosas que Ele colocara no meu caminho, a fim de me encorajar na caminhada.
Quero, portanto, neste momento, que as minhas primeiras palavras sejam palavras de agradecimento a essas pessoas.
Agradecer a Presidente Andréia Donadon Leal - sempre amiga e generosa - pessoa muito atuante nas artes, agraciada, que é, com múltiplos talentos, quer na poesia, na literatura, nas artes plásticas – grande pintora! – com exposições no Brasil e no exterior. Artista, inúmeras vezes premiada. Sua alma é um transbordar constante do bem, do belo e do verdadeiro, como assevera Shakespeare em um de seus sonetos:
“Bom, belo e verdadeiro em vária locução”. (Soneto105)
Sra. Presidente, muito obrigada, de coração, pela grata acolhida. Ao agradecer-lhe, quero estender os meus agradecimentos a todos os demais acadêmicos deste sodalício, que me fizeram alvo de sua solidariedade.
O meu agradecimento especial ao caro Presidente Executivo, José Benedito Donadon Leal, pelo discurso de saudação que acaba de proferir. Senti-me muito privilegiada e muito honrada com esse seu gesto amável, próprio de almas generosas. Sempre haverei de me lembrar, com orgulho, o fato de haver sido saudada, no dia de minha posse, nesta distinta Academia, por uma pessoa de tão elevado saber e erudição. Sua vasta cultura, especialmente nas letras, é admirável! Seu extensíssimo currículo, invejável. Entre outros títulos, ele é graduado em Letras, Mestre em Linguística, doutor em análise do discurso, Presidente do Conselho Editorial da Associação Aldrava Letras e Artes, Professor de Semiótica, Teoria da Comunicação Social-Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto, Membro Honorífico do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais. Poeta e contista. Oito livros publicados, bem como incontáveis artigos em periódicos, jornais, revistas, versando sobre seus estudos e pesquisas nas Letras.
Caro Presidente Executivo José Benedito Donadon Leal, serei eternamente grata a você pela carinhosa acolhida. Desde já, ofereço-lhe a minha amizade. A você, a minha gratidão e os meus mais sinceros agradecimentos. Quero que saiba que esta data marcante e solene, será um dia inesquecível para mim.
Por isto mesmo, por ser um dia inesquecível - antes de dar continuidade às minhas palavras – eu quero rogar a Deus - conhecedora que sou de minhas limitações - a graça da humildade, para aceitar, sem vaidade, a cadeira 26 - que está longe de ser um merecimento - como uma missão Dele para mim. Deus, nós todos sabemos, escolhe para suas missões quem Ele quer e como quer. Basta que nos deixemos levar por Seus desígnios. É tudo conforme a Sua santíssima vontade. Com esta grande motivação, é que eu
ouso tomar posse na cadeira, que me foi designada. Pela minha fé Nele. Senão, vejamos o que nos ensina a luminosa lição de Dom Helder Câmara:
“Aceita
as surpresas
que transformam teus planos,
derrubam teus sonhos,
dão rumo
totalmente diverso
ao teu dia
e, quem sabe,
à tua vida.
Não há acaso.
Dá liberdade ao Pai,
para que Ele mesmo conduza
a trama de teus dias.”
Passada a grande euforia de tão grata notícia, a de minha posse nesta importante Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil, deixei fluir em mim a temperança ao sentir a seriedade do passo que iria dar. Com minha modesta estatura literária, de alguma maneira, eu deveria corresponder, pelo menos em parte, a expectativa dos acadêmicos que, confiantes, aceitaram a minha indicação. Lembrando Gustavo Corção em Lições de Abismo, fiquei mais consciente de como eu deveria assumir o meu posto aqui na Academia, pensando, já, na contribuição que deveria dar. Diz Corção em sua obra supra citada :
“Dar. É a última coisa que se aprende. E a primeira que se exige para um mundo habitável.”
E Clarice Lispector veio aguçar, ainda mais, a minha consciência ao afirmar no seu conto “A Imitação da Rosa”:
“... uma coisa bonita era para dar ou receber, não apenas para se ter. E, sobretudo, nunca para se “ser”. Sobretudo, nunca se deveria ser a coisa bonita. A coisa bonita faltava o gesto de se dar.”
Na sincera vontade de dar o melhor de mim, para esta Academia, que tão gentilmente estava aberta ao meu acolhimento, pensei em como haveria de ser... Senti uma secura na garganta. Um aperto no coração. Mas, Santo Tomás de Aquino, veio em meu socorro, a fim de me devolver a serenidade, momentaneamente, perdida:
“Deus dá àqueles a quem confia qualquer missão a capacidade de realizá-la”.
A tranquilidade foi me possuindo de mansinho... Decidi “dar liberdade ao Pai, para que Ele mesmo conduzisse a trama dos meus dias”.
Mas o que dizer da outra grande surpresa? A patrona da cadeira 26 era Clarice Lispector. Ainda me lembro de quando li um pouco de sua obra, pela primeira vez, há muitos e muitos anos. Senti-me como se um arqueiro invisível, de mãos certeiras, houvesse lançado uma seta, que fora cair, de ponta, no macio espelho de minha alma. A sensação, que experimentei, foi a mesma, que mais tarde, eu pude traduzir através deste meu singelo poema:
PARADOXO DO AMOR
Auxiliadora Lago
Seta
caída
de ponta
no espelho
macio
do lago.
Miragem...
Espelho
e reflexo
côncavo
e convexo
verdades
e mentiras
águas claras
cristalinas
e turvas
amarelas
tristes
nebulosas,
mas belas.
Genial Clarice Lispector! Acertou, em cheio, em nossas almas. Eternizou-se através de sua monumental obra literária, que a elevou ao patamar destinado só aos grandes imortais da literatura. Sobre ela, o inigualável poeta itabirano, Carlos Drummond de Andrade, afirmou:
“Há uma literatura a. C. e outra d. C. Antes de Clarice e depois de Clarice”.
Analista da alma de seus personagens, ao desnudá-la - escritora surpreendente - leva seu leitor a descortinar a sua própria, trazendo a lume verdades ocultas nas trevas do inconsciente, que chegam a assustar. Como assevera o Professor Roberto Corrêa dos Santos ao revelar suas impressões sobre a obra da autora:
“Somos tomados de susto como se nos encontrássemos numa sala de espelhos a nos revelar a cada instante uma face diferente e, no entanto, sempre tão próxima de nós mesmos”.
Aconteceu assim comigo. Realmente, fui tomada de susto quando li, há anos, dois contos geniais de Clarice: “Feliz aniversário” e “Laços de Família”. Segundo o comentário de Samira Y. Campadelli e Benjamim Abdala Jr. “in” “Clarice Lispector” – Literatura Comentada, nesses contos, especialmente, a autora
“procura registrar o processo de aprisionamento dos indivíduos através dos “laços de família” de sua “prisão” doméstica. Tais formas convencionais e estereotipadas são ritualmente repetidas de geração a geração, como um preconceito, sem que se tenha consciência crítica de sua validade”. (Literatura Comentada)
Ao ler, pela primeira vez, os dois contos acima mencionados, senti que a autora tocava fundo a minha alma, fazendo-me consciente de facetas ignoradas de mim mesma. O que, realmente, me surpreendeu! Não deixando margens a dúvidas, Clarice Lispector faz cair, paulatinamente, o ilusório véu, com o qual - com insistência cada vez maior- tentamos ocultar o nosso “Eu”. Sempre verdadeiro. Mas nem sempre desejado. A autora em questão, dotada de clarividência, não nos deixa escapar desse desnudamento desconfortante, e coloca, diante de nossos olhos, através de sua obra, empecilhos que nos impedem de admitir, só e tão somente, nosso lado “Jeremias o bom”. E nos mostra a outra face, que nos recusamos a aceitar através de mecanismos de defesa. Estamos, por assim dizer, sempre prontos a apontar o dedo para o outro, afirmando que é ele o “carrasco”. Como assinalo neste meu pequeno poema:
OSSO DURO DE ROER
Auxiliadora Lago
A vida é linda,
linda mesmo...
Só que, às vezes,
nós a pintamos
de negro,
e nos recusamos
a roer o próprio osso.
Somos sempre a vítima,
“carrasco”?! é o outro.
Com pesar, digo que naquela primeira vez em que li Clarice, eu era muito jovem. Cheia de ilusões... Só queria me olhar em um espelho, que me mostrasse, a mim mesma, sem rugas nem manchas. Foi tão sofrido para mim, quando fui forçada a mirar no espelho, que Clarice Lispector apresentava a seus leitores... Foi tão forte que decidi ficar, apenas, na leitura daqueles dois contos iniciais. E não ler mais Clarice. Por prazo indeterminado.
Dediquei-me a outros autores e autoras brasileiros e estrangeiros, que muito me empolgavam, e que não cavavam tão fundo, como assevera o grande Drummond na sua análise da obra clariciana:
“Clarice não delata, não conta, não narra, e nem desenha – ela esburaca um túnel onde de repente repõe o objeto perseguido em sua essência inesperada”.
Assim, Lispector foi ficando sempre para depois.
Contudo, cedo ou tarde, sempre chega o dia de nos depararmos, inexoravelmente, com o nosso espelho. Foi assim que meu dia chegou. Como descrevo neste poema:
Diálogo com o espelho
Auxiliadora Lago
Amigo, amigo meu!
Olho no olho, me diz:
Quer que eu seja feliz?
O que me quer pro ano novo,
quer que eu viva
ou quer que eu morra?!
É tão imbecil assim
de pensar tão mal de mim?!
Deixe de cismar à-toa,
saia, já, dessa gangorra!
Eu quero que viva e que morra.
Foi aí que tive um “insight” e passei a viver como uma mulher um pouco mais madura, e a deixar morrer aquela jovem apegada a coisas pueris, dando “adeus às ilusões”. Paulatinamente, foi morrendo em mim a “Psique”, a “Isolda a Bela”, para dar lugar a “Isolda das Mãos Brancas”, como nos ensina Robert Johnson no seu profundo e maravilhoso livro “We”.
Portanto, foi realmente uma grande surpresa saber que a patrona da cadeira 26 era ela, de quem eu havia fugido. Sem vontade de reencontrar.
Parei para pensar nas voltas que o mundo dá. Hoje, por esses mistérios insondáveis, assumo o compromisso de me assentar na referida cadeira, da qual Clarice Lispector é a patrona. E mais, com o compromisso de ler, de estudar, de me aprofundar em sua obra. Obra vazada, toda ela, de sutilezas na sua subjetividade. Contudo, a idade trás lá os seus benefícios, e, com ela, me vieram um crescente amadurecimento espiritual e emocional, adquiridos nos embates da vida. É isto que, hoje, me dá coragem para tomar posse nesta respeitável Academia. O que não deixa de ser uma demonstração também de minha fé em Deus, ao querer, aqui e agora, “aceitar as surpresas que transformam meus planos, dando liberdade ao Pai para que Ele conduza a trama dos meus dias.”
Quero crer que Lispector, ao escrever seus contos, de maneira profundamente psicológica, tenha chegado à mesma conclusão a que chegara Olavo Bilac, o “Príncipe dos Poetas”, parnasiano:
“Homem, não és bom nem és mau: és triste e humano.”
Clarice Lispector é uma das maiores escritoras da língua portuguesa do século 20. Originária de Tchetchelnik, Ucrânia, nasceu a 10 de dezembro de 1920. Em 1921, recém-nascida, emigrou com os pais para o Brasil. Seu primeiro romance, “Perto de um Coração Selvagem”, é de 1943 . Após morar alguns anos no exterior, fixou residência no Rio de Janeiro. Recebeu, nos anos sessenta, vários prêmios literários por suas obras: “A Maçã no Escuro”, “O Mistério do Coelho Pensante”. Em 1977, publicou o seu último livro “A Hora da Estrela”, vindo a falecer nesse mesmo ano, no dia 09 de dezembro, devido a um câncer no útero.
Senhoras e Senhores, peço vênia, antes de encerrar esta singela divagação, para ler o meu último e breve poema, nesta tarde memorável:
ONDE QUEBROU O POTE...
Auxiliadora Lago
Amo minha família,
mas veio-me a tristeza,
porque perdi, um dia,
um grande bem
que nela havia.
Aí, lembrei-me
de minha mãe,
do que ela sempre dizia:
“Onde quebrou o pote,
caça a rodilha!”
Fui onde o pote quebrou,
e encontrei a alegria.
A obra clariceana é um convite para um mergulho nas profundezas do recôndito oceano do nosso inconsciente, onde flutuam as múltiplas facetas do nosso verdadeiro “Eu”. Seres dúbios, vivemos divididos entre o bem e o mal. Como assevera Shakespeare em um de seus magníficos sonetos:
Meus dois amores de consolo e de aflição
Como dois anjos me dominam por igual,
O anjo do bem é um formosíssimo varão
E uma mulher de cor bem má o anjo do mal” (Soneto 144)
Assim, ao usarmos, mais das vezes, o nosso livre arbítrio erradamente, levados pelos ímpetos das paixões - frágeis seres que somos - acabamos partidos em mil pedaços. Ou partimos outrem em mil pedaços. Às vezes, muito próximo de nós. Retomando minha poesia acima, ao voltarmos onde o pote quebrou, poderemos, quiçá, vislumbrar uma luz, que nos fará encontrar as rodilhas do amor, do perdão, do desapego, da aceitação, da humildade ... em detrimento da inveja, do orgulho, do egoísmo, da falsidade... As rodilhas, enfim, dos sentimentos construtivos que, doravante, serão os amortecedores de nossa alma, a fim de que não sucumbamos aos embates da existência, aos embates dos difíceis relacionamentos humanos.
Como diz São Paulo,
“eu não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero” (Rm 7,19).
Deste modo, poderemos, certamente, vivenciar sentimentos nobres, mais elevados, caritativos, e nos transformar em pessoas melhores para um mundo melhor. Esse novo ser, consciente de si mesmo, da “sua luz, que brilha e que há de brilhar nas trevas”, estará preparado, agora, mais do que nunca, a fim de exercer o seu livre arbítrio para o bem, uma vez que, graças a essa Luz, a essa força interior, verá o pote, que havia se esfacelado em mil pedaços, totalmente restaurado, colado e, quiçá, transbordante
“de água viva da qual aquele que dela beber, jamais terá sede” (Jo, 4,10:13).
Uma água muito mais pura e cristalina do que aquela que se perdeu, quando o pote se quebrou.
Com esse mesmo pote, completamente restaurado, haveremos de cantar como Ivan Lins:
“Fica tão cicatrizado, que ninguém diz que é colado. Foi assim que fez em mim, foi assim que fez em nós, esse ‘Amor Iluminado’.”
“E, quando a noite vem, Senhor, anseia por Ti a minha alma e, com a força do espírito, Te procuro no meu íntimo. - (.....) - É orvalho de luz o Teu orvalho, Senhor, e a terra trará à luz os falecidos.”(Is 26,9.19)
“Porque o Senhor olhou a terra do alto dos céus.”
(Salmo 101)
Obrigada!


Convite oficial para a Cerimônia


Convite para lançamento de livros

Deu na imprensa:

Poetas aldravistas lançam livros no ICHS - site da UFOP, em 20-Jul-2012
Os poetas do Movimento Aldravista irão lançar três livros, de diferentes gêneros literários, pela Editora Aldrava Letras e Arte:
Pés no chão - crônicas (de Andreia Donadon Leal- ex-aluna da UFOP);
Óbvias Liberdades - infanto-juvenil (de J.B.Donadon-Leal, professor da UFOP) e
beiral antigo - poesia (de Gabriel Bicalho).
O lançamento acontecerá nodia 28 de julho, às 18h, no auditório do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto (ICHS-UFOP), em Mariana, após reunião da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil.
In: http://www.ufop.br/index.php?option=com_content&task=view&id=11317&Itemid=196


Jornal Ponto Final de 03 de agosto de 2012, pág 5

Fotos: J. B. Donadon-Leal