Registrada
em 06 de abril de 2009
A
ALACIB é uma Associação Literária
sem fins econômicos, com sede e foro em Mariana, Minas Gerais,
CNPJ 10778442/0001-17. Tem por objetivo a difusão da cultura
e o incentivo às Letras e às Artes, de acordo com
as normas estabelecidas no seu Regimento. Registrada em 06 de abril
de 2009.
Diretoria
da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil
Presidente:
Andreia Aparecida Silva Donadon Leal
Vice-Presidente: J.S. Ferreira
Secretário-Geral: Gabriel Bicalho
Tesoureiro: J. B. Donadon-Leal
Promotora de Eventos Culturais: Hebe Maria Rôla Santos
Conselho Fiscal e Cultural: José Luiz Foureaux de Souza Júnior,
Magna das Graças Campos e Anício Chaves
Acadêmica
Correspondente MARCIA BARROCA
Representando
o Município do Rio de Janeiro - RJ
Notas
Biográficas de Marcia Barroca
Marcia
Barroca, nasceu em Leopoldina/MG em 29 de outubro de 1951
e reside há 34 anos no Rio de Janeiro. Licenciada nas Literaturas:
Brasileira, Portuguesa, Inglesa e Americana. Formada em Letras pela
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santa Marcelina-Muriaé,
MG. É membro das Academias: Poçoense de Letras e Artes
- Poções – BA, Academia Brasileira de Literatura
do Rio de Janeiro, Sociedade Eça de Queiroz - Rio de Janeiro.
Membro Honorário ALACIB - Academia de Letras, Artes e Ciências
Brasil/Mariana/MG. APPERJ - Associação dos Poetas
Profissionais do Estado do Rio de Janeiro.UBE - União Brasileira
de Escritores - Rio de Janeiro. Publicou pela Editora Alcance/RS,
em 2006, seu primeiro livro Marés e Semeaduras Em 2009, pela
mesma Editora, o segundo livro, Desclausura - o verniz da unha na
boca. Em 2010, o livro, 50 Poemas Escolhidos pelo Autor, pela Galo
Branco /RJ.( Prêmio Henriqueta Lisboa, concedido pela UBE/RJ).
2012, lança pela Editora Kelps/GO, Aldravias a cinco vozes,
em português e espanhol. Livro em parceria com os poetas:
Edir Meirelles, Juçara Valverde, Luiz Gondim e Messody Benoliel.
Em 2013 lança o livro de poesia Poemas Nus. Participou também
de diversas Antologias.
Poesia
de Marcia Barroca
Da
infância
A casa da chácara
era enorme
Tinha no ar
o cheiro dos doces
que minha mãe fazia
Na loja meu pai
entre prateleiras e amigos
passava todo o dia
Eu
perambulava
entre os dois e os livros
A calçada
larga e cinza
servia de cama
para os retirantes nordestinos
que vinham
no pau de arara
Vi
uma vez
uma mulher amamentando
O bebê abocanhava
um dos seios
murcho
única fonte de alimento
Nossos
olhos encontraram-se
Os dela
conformados
com a triste sina
Os meus
de menina inocente
ainda não entendia
o mutilado seio vazado
onde a cicatriz
impedia o leite salvador
Minha infância
de princesa
não impediu
a dor torturante
que pararam meus passos
Da garganta seca
nasceria uma poeta
Mãe
Minha mãe
era assim
forte, decidida, linda, meiga
Às 5 horas da manhã
já estava de pé e
logo meu olfato denunciava
o café posto à mesa
com grande variedade
de gostosuras
Com mãos mágicas
transformava
alquímicamente
simples grãos, frutas, farinhas
em maravilhosos
doces, bolos e pães
Esperta
ficava feliz
quando conseguia
que o leite
não apreciado por mim
fosse fonte de meu desejo
transformado em
queijo, requeijão,manteiga
ou biscoito de nata
Ela via assim
sua garotinha magrela
passada para trás
Alimentada
Minha mãe Izaura
sempre sorrindo
ensinou-me
o que considero mais importante
Ler muito, fazer versos
cozinhar
Só não sei
se terei como ela
a placidez para partir
Silenciosamente
como quem atravessa
um sinal de trânsito
que nunca mais abrirá
***
Lapidação
Meus versos brutos
duros como diamantes
precisam ser lapidados
por um poeta hábil
Como um ourives
desvenda
minha essência
***
Cidade
No Rio de Janeiro
é normal
Causou-me estranheza
ver
crianças vendendo
doces e limões
nas esquinas
Deviam estar
estudando, brincando
ou dormindo
Chegam temerosas
assustadas, até
O dinheiro
não é para brinquedos
Sustenta a família
Oferecem a cada
2 ou 3 minutos
sua mercadoria
com uma rapidez
alucinante
Os carros passam
na velocidade
que elas crescem
Não existe
expectativa de sonho
As luzes
do semáforo
são seu caleidoscópio
Edição
em 07 de fevereiro de 2019 por J. B. Donadon-Leal