Registrada em 06 de abril de 2009

A ALACIB é uma Associação Literária sem fins econômicos, com sede e foro em Mariana, Minas Gerais, CNPJ 10778442/0001-17. Tem por objetivo a difusão da cultura e o incentivo às Letras e às Artes, de acordo com as normas estabelecidas no seu Regimento. Registrada em 06 de abril de 2009.

Diretoria da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil
Presidente: Andreia Aparecida Silva Donadon Leal
Vice-Presidente: J.S. Ferreira

Secretário-Geral: Gabriel Bicalho
Tesoureiro: J. B. Donadon-Leal
Promotora de Eventos Culturais: Hebe Maria Rôla Santos
Conselho Fiscal e Cultural: José Luiz Foureaux de Souza Júnior, Magna das Graças Campos e Anício Chaves

Acadêmica MAURA MARTINS
Cadeira nº 16
Patrono: Monteiro Lobato


 

Notas Biográficas de Angela Cristina Fonseca

Maura Maria da Silveira Salgado Martins literariamente, Maura Martins. De tradicional família mineira. Nasceu em Ponte Nova, Estudou no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde recebeu uma formação educacional exemplar. Os seus avós maternos eram voltados para a música, cultura e artes.
Inauguraram no antigo cine Brasil, o cinema mudo, com grande estilo. Os seus pais: José Lopes Salgado (Dazinho, do IBC) e Maria da Conceição Silveira (D. Bília); aquele, no violão, esta, no piano, formavam um par sem igual. Destes pilares fortíssimos - Silveira x Salgado - herdou a sua sensibilidade lítero-musical latente em seu ser. Cursou a Universidade Internacional Holística de Brasília, tendo como mestres Pierre Weill, Roberto Croma e outros.
Atualmente, está preparando a sua tese de doutorado, cuja temática ainda em estado de hibernação. E em dando prosseguimento aos seus estudos, doutorou-se em Reik (I, II, III).
É Membro efetivo da ALACIB (Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil), SBPA e Academia Pontenovense de Letras, Ciências e Artes.

Saudação a Monteiro Lobato

Lobato – Um Imortal Sem Aspas
José Bento Renato Lobato. Literariamente, Monteiro Lobato.
Particularmente, prefiro chamá-lo de simplesmente Lobato – um fenômeno literário mais influente do século XX.
O seu estilo é sem igual, originalíssimo como o seu SER o fora.
Gênio em sua natureza intrínseca não era habituado a pedir “licença” “Impunha-se”...
Corajoso. Determinado. Polêmico. Inquieto. Um Homem além de seu tempo.
O que se evidencia nas entrelinhas lobatianas é o seu nacionalismo exacerbado, que podemos vê-lo expressado em duas vertentes fortíssimas, a saber:
1) Empreendedor visionário. Apostou no livro. O que parecia utópico fez-se realidade. Aconteceu. E a nossa literatura ganhou mais uma página.
Antes de Lobato, os livros eram editados em Portugal e em França.
Por que não fazê-los aqui? E Ele os fizera com a argúcia de sua inteligência, implantando uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
2) Que a exploração do petróleo fosse feita por empresas brasileiras e não fora, dando origem à ferrenhas polêmicas com Getúlio Vergas, culminando assim em desterros fragmentários.
Lobato foi um imortal “sem aspas”.
Não se aderiu ao modernismo. Até o hostilizou. Não foi também “reacionário”. Lobato foi simplesmente “novo” sem “amarras” nenhuma, qualidade primordial de um gênio, criador de valores que valem e vencem o tempo, eternizado no aqui - e - agora.

Em 20 de dezembro publicou “Paranóia ou Mistificação”, crítica famosa desfavorável à exposição da pintora Anita Malfatti, que foi o estupim para a criação da “Semana da Arte Moderna”, em 1922, em São Paulo.
O que Lobato queria era uma Arte devidamente brasileira, criada aqui.
Quando fala de Malfatti, ele enfatiza:
“É uma grande pintora quando ela mesma, mas quando se deixa levar pelos “ismos”, Europeus, é uma infeliz a aberração europeizada influenciando os artistas de então”.
Lobato ocupa lugar a parte em nossa literatura.
Ele apostava no poder transformador da leitura para crianças e adultos “um país se faz com homens e livros”.
No dia 18/04, Dia Nacional do Livro Infantil, celebrado na data de seu aniversário da obra clássica brasileira “Sítio do Pica-Pau Amarelo”.
Ele “descobriu o homem do interior de Brasil”. É sociólogo. É rebelde.
E para que eu dê um fecho maravilhoso nesse “flashe” lobatiano, sou obrigada a parodiar Camões assim:
“Para tão curta a vida, tão grande obra”.
Assim, termino dizendo a todos que as mentes brilhantes deixam sempre uma “luminescência” que jamais apaga no meio de nós.
Ele nasceu em 1882 em Taubaté-SP e faleceu em 1948, com apenas 66 anos. Com apenas 66 anos.

A Última Grande Lição
Maura Martins

Os traços finos e delicados do seu semblante revelava-nos ao primeiro lance de vista as feições da Bem-Aventurança.
O seu jeitinho de ser era marcado pela sua fragilidade humana que os familiares a viam apenas como existência de um perfume do ar.
Para uns, era simplesmente neném; mas para mim, carinhosamente, Teté-neném, que ainda soa em meus ouvidos como uma sinfonia inacabada.
A suas mãozinhas sofreram as transformações do tempo. Já não dedilhava o seu piano, emudecido no cantinho da sala - de - visita, a sua voz fluía serenamente cheia de Deus, que sublimava sua dilatada existência.
Ao vê-la pela última vez, abraçou-me e de seus lábios, ouvi a sua última grande lição:
“Tenha fé, minha filha! Tenha fé, minha filha!”
E assim, como uma folha caindo da árvore, expirou... encontrado a paz no próprio coração de Deus.

Lua e o Sapo
Maura Martins

Sofia era toda sabedoria e portadora de uma beleza rara da qual nos falava Platão.
Jovem ainda, fez-se médica e, diplomando-se com louvor, sentia-se impulsionada a voar cada vez mais alto.
Juan completamente ao contrário. De família latifundiária, bom rapaz, porém, alheio à cultura, e, muito menos, à intelectualidade.
Enfim dois pólos completamente antagônicos ao mesmo tempo.
Ao viajarem juntos para fora do país, Sofia dando de si o máximo para agradá-lo dentro do ônibus turístico, colocava nos ouvidos e de Juan o aparelho eletrônico poliglota que, ao passar pelas ruas da cidade por onde estavam, descreviam os locais em idiomas diferentes.
Para sua surpresa, Juan disparou a dar gargalhadas e, Sofia, extravasando de felicidades, perguntou prazerosamente à ele:
- Quem bom você gostou, meu amor!
- Não! Não, meu amor! Eu estava mesmo é rindo do jeito do japonês falar.


Aldravipeia de Maura Martins
NATAL

1
natal
voz
silenciosa
do
Menino
Jesus
2
Natal
é
vida
que
se
renova
3
a
lucificação
do
ser
é
natal
4
o
seu
natal
está
na
manjedoura
5
natal
é
tudo
menos
consumismo
exacerbado
6
natal
fachos
de
luzes
quebrando
escuridão
7
nossas
ações
se
sublimam
em
natal
8
natal
liga
a
terra
ao
céu
9
natal
de
dentro
incendeia
a
alma
10
o
teu
natal
se
faz
aqui
11
anos
que
passam
natal
que
ficam
12
natal
glorioso
quanto
manhã
de
Pentecostes

13
todo
nosso
dia
deveria
ser
natal
14
natal
de
cada
dia
é
pai
nosso
15
Centelha
divina
vivifica
o
nosso
natal
16
natal
dos
musos
é
em
Búzios
17
natal
expressão
máxima
do
Deus
Vivo
18
Unção
de
Deus
fortalece
o
natal
19
árvore
de
natal
alegria
das
crianças
20
sorriso
de
criança
é
natal
feliz.



Edição em 06 de fevereiro de 2019 por J. B. Donadon-Leal