Academia
Municipalista de Letras de Minas Gerais
Presidente
Elisabet Fernandes Rennó de Castro Santos
Hebe
Maria Rôla Santos toma posse na AMULMIG
No
dia 19 de abril de 2011, na sede da Academia Municipalista de Letras
de Minas Gerais, em Belo Horizonte, a escritora e poeta aldravista
Hebe Rôla, tomou posse na Cadeira nº 317, Representando
o Município de Mariana, MG. O Patrono escolhido pela nova
acadêmica é o poeta marianense José Severiano
de Resende. O Discurso de saudação foi proferido pela
acadêmica Andreia Donadon Leal.
Mesa de trabalhos
Francisco Vieira Chagas (Secretário), Andreia
Donadon Leal (Presidente da ALB - Mariana, Oradora oficial), Gabriel
Bicalho (Presidente da Aldrava Letras e Artes e Repres. da Academia
Marianense de Letras), Luiz Carlos Abritta (Presidente Emérito
da AMULMIG), Conceição Parreiras Abritta (Presidente
da cerimônia), Ismaília de Moura Nunes (AMULMIG),
Aloísio Teixeira Garcia (Presidente da FALEMG) e José
Horta de Almeida (Repres. da Banda União XV de Novembro)
Além
das autoridades que compuseram a mesa de trabalhos, estiveram na
solenidade de Posse da acadêmica Hebe Rôla o acadêmico
Marzo Sette Torres (Academia de Letras do Brasil - Mariana) Marly
Moysés (Academia Marianense de Letras), J. B. Donadon-Leal
e J.S. Ferreira (Aldrava Letras e Artes e das Academias de Letras
de Mariana), Sílvia Motta (Clube Brasileiro da Língua
Portuguesa), Deputado João Leite, Ana Cláudia Rôla
Santos (Diretora do Museu Casa Alphonusus de Guimaraens), Águeda
dos Anjos (Presidente da Academia Infanto-Juvenis de Letras de Mariana)
e membros da Academia Infanto-Juvenis de Letras de Mariana.
Hebe recebe Diploma de seus netos Kim Lauenstein
e Lucas Carvalho
Hebe
Rôla assina Diploma de Membro da AMULMIG
Diploma de Membro Efetivo da AMULMIG
Andreia
Donadon Leal em seu Discurso de Saudação a Hebe Rôla
Hebe
Rôla discursa em louvor ao Patrono: José Severiano
de Resende
Participação da Academia Infanto-Juvenil
de Letras de Mariana
Presença
do Deputado João Leite
DISCURSO
DE SAUDAÇÃO
Andreia
Donadon Leal
Falar
de HEBE MARIA RÔLA SANTOS, para mim, não é falar
exclusivamente da Educadora, da Acadêmica, da Escritora no
sentido lato da PALAVRA; da Estudiosa e Pesquisadora do folclore
e da cultura Popular, mas do ser humano multifacetário, extraordinário,
incansável, e de valor imensurável, para a história
da Literatura e da Cultura Popular Mineira, que hoje está
aqui, sendo acolhida com honras e louvores, na Academia Municipalista
de Letras de Minas Gerais, representando a cidade de Mariana. Ser
nomeada membro desta Academia de Letras é ter o reconhecimento
do trabalho em torno da defesa da Língua Pátria e
da Cultura.
O Presidente Emérito da AMULMIG, Dr. Luiz Carlos Abritta,
disse em um de seus magníficos discursos de Final de Ano,
que a AMULMIG é a academia que busca, em lugares mais longínquos
dos Municípios Mineiros, JOIAS RARAS. O Acadêmico Abritta
frisou:
“aqui, na Casa de São Francisco de Assis, abrigamos
joias raras do interior mineiro”!
Bem o disse, pois hoje, estamos com UMA JOIA da PRIMAZ DE MINAS,
quiçá a joia mais rara, brotada e batizada naquela
cidade, para ser BALUARTE DA CULTURA, nos últimos sessenta
anos.
Na história da mineração no Brasil, as primeiras
pedras preciosas foram descobertas na Região dos Inconfidentes.
O ouro é sinal de riqueza, de abundância e forma de
sobrevivência para muitos trabalhadores. Mas, a Região
não se contentou em criar apenas “minas importantes”
para a exploração e sustentação do homem;
criou também, nas Margens do Ribeirão do Carmo, RIQUEZA
INTELECTUAL, nascida e criada no seio Materno de Minas Gerais. Eis
nossa RIQUEZA MAIS PRECIOSA, A Acadêmica Hebe Maria Rôla
Santos, personagem atuante na cultura, na intelectualidade, na Educação
e na Pesquisa sobre a Linguagem dos Sinos, na Primaz de Minas.
A tarefa de apresentá-la à AMULMIG é de extrema
responsabilidade; responsabilidade essa que tenho o maior prazer
e orgulho de fazer, pois, dignificante e honroso é o trabalho
DA DAMA DA CULTURA de Mariana, que se destacou e se destaca desde
a Primaz; escalou, com energia e garra poética, as montanhas
de Minas, com trabalho, talento e desempenho inigualáveis,
para ser exemplo. Sua missão é ser EXEMPLO para a
Humanidade, Professora Hebe, mas os bons exemplos devem ganhar espaço,
notoriedade e respeito. Ninguém tem o poder, nem o direito
de fazer-lhes sombra ou desprezar seu talento. Os bons exemplos
são descobertos, são e serão sempre lembrados
e até “copiados” (não vejo mal em copiar
os bons exemplos), pois eles trabalham MUITO e são gigantes
em seus atos e em sua benevolência. As palavras são
anões, os exemplos são gigantes, segundo um provérbio
suíço. Dar o exemplo não é a melhor
maneira de influenciar os outros – É A ÚNICA,
bem disse o teólogo, músico, filósofo e médico
alemão, Albert Schweitzer.
A acadêmica Hebe Rôla não trabalha somente com
projetos para um futuro melhor da humanidade, mas para o presente,
para o aqui e o agora, que é a forma plena de toda VIDA.
É no presente que HEBE RÔLA coloca sua energia, sua
atenção e sua concentração. É
no presente que HEBE investe todas as suas ações e
seus esforços, pois é nele que podemos modificar as
consequências do passado, mudar as perspectivas e as possibilidades
para um futuro melhor.
Para
destacar todos os méritos da grandiosa Acadêmica HEBE
MARIA RÔLA SANTOS, eu precisaria de um dia e de uma noite,
de discurso ininterrupto, na Egrégia CASA DE SÃO FRANCISCO
DE ASSIS.
Não o farei e nem solicitarei à digníssima
Presidenta ELISABETH Rennó, um dia e uma noite, para discursar
sobre o trabalho hercúleo da Professora Escritora Hebe Rôla,
mas tentarei no breve momento que é me concedido hoje, falar
sobre a obra e o trabalho da Nobilíssima Acadêmica.
Hebe Maria Rôla Santos nasceu em Mariana, MG, em 23.06.1931.
É ensaísta, poetisa, professora e folclorista. Professora
Emérita da Universidade Federal de Ouro Preto. Licenciada
em Língua Portuguesa, Língua Francesa e Especialista
em Leitura e Produção de Textos- pela PUC-MG.
Foi
Professora: de Língua Portuguesa – Ensino Médio
no Colégio Providência – Mariana – MG;
no Colégio Alfredo Baeta – Ouro Preto – MG. Professora
de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II – E.
E. Dom Silvério – Mariana; Professora de Ensino Fundamental
I – E.E. de Bandeirantes- Bandeirantes- Mariana. Auxiliar
de Inspeção e Inspetora Municipal: Diretora Concursada
da Escola Estadual Cel Benjamim Guimaraens – Passagem de Mariana.
Professora de Língua Portuguesa e Suas Literaturas –
Curso de Letras na Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais – Campus Mariana – MG. Professora de
Língua Portuguesa e de Prática e Metodologia de Ensino
no Curso de Filosofia do Seminário Nossa Senhora da Boa Morte
na Arquidiocese de Mariana – Mariana - MG
Na
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (campus Mariana) exerceu as funções
de:
- Professora de Língua Portuguesa – Leitura e Produção
de Textos – Nos Cursos de Letras, História, Farmácia
e Nutrição;
- Professora de Literatura Infanto-Juvenil – Curso de Letras;
- Prática de Ensino de Língua Portuguesa – Curso
de Letras;
- Professora de Língua Francesa – Curso de Letras;
- Professora de Língua Portuguesa para Estrangeiros;
- Além de ter lecionado no Curso de Letras nas Unidades da
UFOP em Itabirito e Santa Bárbara.
Desenvolveu
inúmeros Projetos de Extensão da UFOP, entre eles:
Contadores de causos e histórias; Toques e Repiques; Letravida:
Vivência e Processos Mnemônicos na terceira idade; Projeto
Língua portuguesa através da música e da Contação
de Histórias nas escolas estaduais e municipais da Região
dos Inconfidentes – Minas Gerais; Criadora e coordenadora
da Academia Infanto-Juvenil de Letras de Mariana – MG; Curso
de iniciação ao teatro, Criadora e promotora do “Cantando
Alphonsus”, em parceria com o Museu casa Alphonsus de Guimaraens.
Pesquisadora do folclore, especialmente: personagens, cantigas,
linguagem dos sinos de Mariana e Ouro Preto, histórias, parlendas
e causos da Região dos Inconfidentes.
Na
área social, a Acadêmica HEBE MARIA RÔLA SANTOS,
foi Presidente das Voluntárias das Obras Sociais Monsenhor
Horta, por 10 anos, coordenando atividades e desenvolvendo projetos
no Hospital Monsenhor Horta, na creche Casinha de Nazaré
e no Lar Santa Maria – Mariana – MG.
Recebeu os seguintes reconhecimentos pela relevante atuação
no campo cultural:
- Medalha do Dia de Minas – Governo do Estado de Minas Gerais.
- Comenda Padre Avelar – Câmara Municipal de Mariana
- Medalha Cláudio Manoel da Costa – Centro de Ensino
Federal e Tecnológico – Ouro Preto – MG.
- Comenda Irmã Dulce – Personalidade Feminina de 2008
– INBRASCI – RJ.
- Medalha de Recompensa à Mulher – Maçonaria
Fluminense e Academia Maçônica de Artes, Ciências
e Letras do Rio de Janeiro.
- Título de “Doutora Honoris Causa – Filósofa
Imortal – da Academia de Letras do Brasil.
Hebe
Maria Rôla Santos é Vice-Presidente da Academia Marianense
de Letras, Membro Efetivo da Academia de Letras do Brasil –
Mariana, Idealizadora e Coordenadora da Academia Infanto-Juvenil
de Letras de Mariana. Membro Efetivo do Instituto Brasileiro de
Culturas Internacionais de Minas Gerais, Secretária da Aldrava
Letras e Artes e Embaixadora Universal da Paz pelo Círculo
Universal dos Embaixadores da Paz, entidade ligada à Organização
das Nações Unidas (ONU).
Publicou
os livros: O Bem-te-Sino (literatura infanto-juvenil - 2004); Aldravismo
(co-autoria); O Dia de Minas (co-autoria); Mãos de Mariana
(co-autoria); Pequeno Dicionário da Linguagem dos Sinos (co-autoria)
e no prelo: Chitarô. Cadê o Gato?
Segundo o exposto por J.B. Donadon-Leal no prefácio da obra
O BEM-TE-SINO, da autora Hebe Rôla:
(...)
“agora podemos recuperar e registrar a linguagem dos sinos,
aquela das comunicações e das festas, das missas,
das adorações, das bênçãos, das
mortes, etc., muito utilizada desde a primeira de Minas Colonial,
especialmente em Mariana com suas igrejas barrocas a nos ensinar
que a linguagem também é patrimônio cultural.
Isso é o que faz Hebe Rôla, escritora e Professora
Emérita da UFOP, ao consorciar com esmero especialidades
suas – contadora de história, pesquisadora da linguagem
dos sinos e professora no sentido lato da palavra”.
Para
o Presidente da Editora Aldrava Letras e Artes, Gabriel Bicalho,
na obra O Bem-Te-Sino da acadêmica Hebe Rôla:
“Didática
e poesia fluem pelo coração de “O Bem-Te-Sino”,
livro de leitura agradabilíssima, cujo fio narrativo nos
leva à inteligência da linguagem dos Sinos. O cenário
para esse belíssimo enredo é Mariana, a “Primaz
de Minas”, onde bem-te-vis e sinos harmonizam seus cantos
metálicos nas manhãs e nas tardes desta histórica
cidade. O Bem-Te-Sino é livro que se destina não somente
a crianças, mas, e tão bem, a adultos que se pretendam
versados sobre a fala dos sinos”.
Assim,
conclui o prefacista Donadon:
“a
bela história de O Bem-Te-Sino, lapidada por Hebe, cumpre
com uma função fundamental: a formação
da cultura de apoio e incentivo à criatividade infantil.
É isto que nos ensina a família Bem-Te-Vi ao aceitar
as peripécias do filho diferente, mas ao mesmo tempo o filho
se dispõe a utilizar suas habilidades para o bem social.
A singela história de O Bem-Te-Sino é uma profunda
aula de virtudes, além de ser um registro inequívoco
da linguagem dos sinos, por pouco silenciadas das torres das igrejas
históricas de Minas, mas agora perpetuada pela exaustiva
pesquisa de Hebe Rôla e pela docilidade da divulgação
dessa linguagem para um público em formação.
Que todos os sinos cantem em sua homenagem, Hebe Rôla”.
No poema CENÁRIO E CENAS, a Acadêmica Hebe Rôla
descreve com enlevo poético e voz epifânica, o histórico
cenário urbano da cidade de Mariana:
CENÁRIO E CENAS
Em Mariana
A arte
Esvoaça no voo dos pássaros
Chora no dobre dos sinos
Canta nas bandas de música
Nos conjuntos de seresteiros
Nos
corais
Pinta nos tetos dos templos e
Esculpe as portas dos sacrários
Desenha nas fraldas das montanhas
Borda nas minas
E nos leitos dos rios,
Fotografa na cachoeira
Tece nos tapetes de pita e
Nas peneiras, esteiras e balaios de Taquara.
Coreografa e arma nas
Contas-de-lágrimas da Nossa Senhora
Batuca no Zé Pereira da Chácara
Louva no Congado da Barroca
Garimpa e bateia nos filetes auríferos
Reza nas trezenas, nas novenas e
No Setenário das Dores
Poeta no seixo rolado das ruas
E na Ponte de Tábuas
Cultiva e cultua no Seminário São José
No Seminário Nossa Senhora da Boa Morte
No Colégio Providência
No Noviciado Nossa Senhora do Carmo
Planta na colheita do milho e do feijão
Mói na mó pedra-sabão do
Moinho d’água
Trota no trote da tropa
E no assobio do tropeiro
Promete, reverencia e agradece
Nos ex-votos e Monsenhor Horta
CRIA FALA
RECRIA VIBRA
INVENTA LAMENTA
REAGE e
Documenta a história do povo
Que
Constrói as GERAIS!
A
Acadêmica Hebe Rôla retrata com argúcia, em seu
artigo publicado, na edição de n° 9, do Jornal
Aldrava Cultural, de setembro de 2001, em “Por que Gaveteiros”,
o significado da expressão:
“... É muito conhecida a “gaveta de lavrar”,
aquela que o ourives deixam aberta para amparar a limalha do ouro,
quando com ele trabalham. Assim, para os exploradores, Mariana é
essa gaveta enorme que recolhia as limalhas dos inúmeros
ourives que atraídos pelas pepitas, nestas paragens instalaram-se.
Até o dicionário de Aurélio Buarque de Holanda,
1986, Editora Nova Fronteira, ostenta o registro:
“Gaveteiros, alusão pilhérica aos habitantes
de determinada região de Minas Gerais que têm o costume
de esconder os alimentos em gavetas encaixadas nas mesas, quando
chegam visitas”.
Para desfazer o mal entendido, antes mesmo de a visita entrar na
casa dos gaveteiros, brotam pessoas com bandejas de café-medroso
(o que vem acompanhado de broa, queijo ou cuscuz), ou café-valente
(que vem sozinho), ou ainda de uma boa panela de pedra cheia de
Maneco-com-jaleco (bamba de couve com carne)”.
A
Acadêmica Hebe Rôla, além de grande poetisa,
pesquisadora, autora de excelentes obras de literatura infanto-juvenil,
é também excelsa contadora de causos e histórias.
Seus causos apresentam humor refinado, personalíssimo; saborosos
que seduzem, alegram e contagiam a todos os leitores. No conto “Mariana
– Sinos e Pássaros, publicado na edição
de número 18, ano de 2002, no Jornal Aldrava Cultural, percebemos,
o humor contagiante, sedutor e poético da narrativa:
“Menina
precoce. Bem cedo aprendeu a usar como alto-falante sinos e pássaros.
De qualquer ponto da cidade, o gaveteiro entende-lhe fielmente a
mensagem. Das torres do São Francisco, festivamente Mariana
canta o antigo provérbio:
“DÁ NO PAI
Dá na mãe
Dá no fio também”.
Depois
anuncia:
“São Francisco tem missa.
No Carmo não tem”.
Muito artiosa, Mariana-Menina pula nos badalos dos sinos do Rosário,
para contar coisas do sineiro do Rosário, para contar coisas
do sineiro a São Gonçalo, que já parece não
lhe dar ouvidos:
“Diogo é bão
Digo é bão
Pra cumé feijão”.
Não
faltam à Cidade-Coração, oportunidades para
levar ao povo o seu lamento, através dos sinos do Rosário,
do Carmo, do São Francisco, das Mercês, de San’Ana,
da Confraria ou da Sé.
Quando morre um rico, ou um indivíduo filiado a uma ordem
religiosa, solene e gravemente ela anuncia:
“Tem tem bolão”
Tem tem volão”
Mas
se o defunto é pobre, pouco conhecido:
“Tem
tem bolinho.
Tem tem bolinho.
E
às vezes, ela fica engasgada, não sobe às torres,
chora baixinho e, cala-se: o defunto é pobre demais e não
pertence a nenhuma irmandade. Mariana é inteligente, astuciosa,
sabe fazer convenções. Imaginem que os marianenses
sabem, antes mesmo de ser-lhe publicado o nome, o sexo do defunto
do dia:
Dois
grupos de badaladas
- o defunto é mulher,
Três
grupos de badaladas
- o defunto é homem.
Mariana-Menina
guarda nas torres e nos ninhos, com cuidado, seus altos-falantes;
pendura nos ramos as cheirosas damas-da-noite e, já cansada,
fecha as janelinhas de suas casas para dormir, mas antes, como boa
gaveteira, espia da greta das janelas os marianenses retardatários,
que correm para chegar em casa antes da “Procissão
das Almas”.
E hoje, aos trezentos e seis anos, por que e por quem Mariana dobra
os sinos?
Pelos
auspícios
Suplícios?
Pelo
poema
Dilema?
Pela
desilusão
Reação?
Pelo
poeta
Profeta?
Por
Zeus
Deus?
Mariana-Menina a cismar e a duvidar, murmura quase silente, pendurada
no sino da Capela da Senhora da Boa Morte, ali no Seminário
Menor:
- Sei...
- Não sei...
- Sei...
- Não sei...
- Sei...
- Não sei...
- Seeeeeeeeeeeeeeeeeeeei”...
Majestoso é também, o trabalho que a Acadêmica
HEBE MARIA ROLA SANTOS, desenvolveu e desenvolve ao longo de sua
vida, em prol da Cultura, do Convívio Social, da Paz, da
Educação e da Literatura Mineira. Sua Missão
na terra é transformar, partilhar e ser instrumento da Paz;
levando amor, perdão, união, fé, verdade, esperança,
alegria e muita luz, às crianças, aos jovens e aos
idosos, em Mariana.
Digo em alto e bom tom para a Acadêmica Hebe Maria Rôla
Santos, Mestra e Colaborada atuante e participante, na preservação
dos bens materiais e imateriais do Município em que nasceu,
mora, trabalha, ama e vive:
- Em nome dos confrades desta conceituada Academia de Letras, em
nome da população marianense, a Primaz de Minas Gerais,
cenário de inúmeras ideias poéticas, religiosas,
científicas; cenário de tantas lutas por liberdade
e respeito aos direitos, inclusive ao de expressão da Língua
Portuguesa, SEJA BEM-VINDA a esta casa de letras, à cadeira
do Marianense JOSE SEVERIANO DE RESENDE e que as formas plásticas
da poesia de Alphonsus de Guimarães, o impulso criativo da
poesia árcade de Cláudio Manoel da Costa e Alvarenga
Peixoto; a arte barroca de Lisboa e do Mestre Athaíde e a
poesia aldravista, nascida, produzida e cravejada na cidade de Mariana
no século XXI, iluminem sua imortalidade na Academia Municipalista
de Letras de Minas Gerais!