Jornal Aldrava Cultural
Comentários sobre as obras expostas

 

Comentários sobre as obras expostas

Exposição Aldravista de Arte - Mostra Internacional.
(Em colaboração com o CONCURSO INTERNACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS "Compositor ANTONIO GUALDA" - 2006, de GRANADA, Espanha)

(De 30 de Maio a 13 de Junho de 2007)

Local: MUSEU CASA ALPHONSUS DE GUIMARAENS

Rua Direita, 35, Centro - Mariana, Minas Gerais

Os autores dos comentários são alunos do Curso de Letras da Universidade Federal de Ouro Preto


Tela: “lixo” (Camaleão)
Simbolismo da dor, do sofrimento, do maltrato ao ser humano, numa tela de clima sombrio. Há, porém, uma flor, símbolo da morte ou da renascença. Tela instigante.
Milena Gallerani Souza

A tela apresenta um ser humano desvalorizado, degradado, um lixo. Todo o cenário mostra a degradação, o abandono a decadência. O homem se vê reduzido àquilo que ele mesmo degradou.
Lucas Dias Dulce

Quadro drasticamente existencialista e rude, tendendo para a idéia do homem condenado ao fracasso; retrato da derrota e do clima pessimista compilado pela palavra título: lixo.
Romero Fidelis de Souza Maciel

A pessoa que está dentro do lixo chega a tal ponto de insignificância que não possui semblante definido, pois sua identidade não faz diferença alguma.
Caroline Alves Pereira

Tela: “o grito da natureza” (Camaleão)
O grito da natureza é a personificação do desespero e da indignação daquela que se oferece como fonte de vida e recebe em troca a morte.
Dinara Cássia Gonçalves.

A obra apresenta um rosto saindo da tela com expressão de grito, com cores mortas; é a natureza que grita pedindo o fim da destruição.
Aline Sara Carvalho Araújo Sales

O ato de saber interpretar os signos e compreender seus valores expõe as pessoas às experiências acumuladas. Dessa forma, vejo a tela o grito da natureza, de cores frias, como representação do descaso do homem para com o seu planeta. A linguagem Doda tela é clara e objetiva, pois mostra o grito de sofrimento, da destruição e da iminência da morte.
José Nascimento Coréia

Tela: “a mulher de trinta cabelos” (Elias Layon)
À primeira vista, a figura lembra Medusa, de olhar vago e frio. Muitos olhos se espalham pelo rosto, como a indicar um ambiente sob vigilância. Obra de aspecto fúnebre e triste. Sob o rosto, na altura do pescoço, há um triângulo, que sugere sexo. As proporções da figura denotam valoração maior ao corpo físico em relação à mente.
Vitor Pezzuti dos santos

Tela: “tronco” (Camilo)
A tela “tronco” retarata os reflexos da escravidão – semblante triste, carregado de marcas de tortura e preconceitos. É como se os negros ainda nos dias de hoje estivessem acorrentados.
Silmara Figueiredo de Lima

Vejo em “tronco” um semblante de tristeza e ao mesmo tempo de conformidade, como se aquela situação fosse inevitável ou normal. Seus traços mostram força, luta diária. Em meio a tantas dificuldades apresentadas na tela, há a do negro hoje, livre, mas preso a amarras de tantos problemas sociais.
Thaís Franco de Paula.

Em “tronco” vemos a imagem de uma negra presa pelos pés e mãos, a um tronco de madeira, lugar que possivelmente trazia sentimento de angústia, dor e humilhação. O fato de se retratar uma mulher, mostra a falta de participação da mulher em muitos espaços sociais.Vivian leme Furlan

‘Tronco” retrata tempos de escravidão e sofrimento, em que seres humanos são presos sem direito a opinião própria.
Isabel Cecília Borel Gonçalves

Tela: “sede” (Camilo)
Na busca de saciar a sede o corpo do homem se torna parte da jarra, representando que o corpo inteiro necessita de água. As cores mostram a idéia de falta de água, de deserto, de sede.
Rafaela dos Santos Pereira

Tela “chuva ácida” (Déia Leal)
A chuva ácida torna a paisagem negra e colorida ao mesmo tempo. É como se a chuva caísse derretendo todo o espaço urbano. É uma obra sinestésica, pois nossos sentidos são aguçados; transmite sensação de sufocamento, de dificuldade de respirar. O ar sóbrio abre espaço para alguma tentativa de sobrevivência em luzes que se apresentam.
Thaís Franco de Paula


Tela: Radical Bike (Déia Leal)
O quadro apresenta apenas as rodas, que ao observarmos representam as rodas da bicicleta e a cabeça do ciclista. Chama atenção as cores alegres, que nos levam às aventuras da infância sobre bicicletas.


Tela: “O bêbado” (Camaleão)
Obra que apresenta o sentido tradicional do homem que bebe para esquecer ou amenizar problemas. O fato de estar escorado em uma coluna de um templo religioso, em frente a um outro pode ser que esse homem busque consolo na fé.
Gládia Fernanda Silva da Luz

Tela: “Caverna de Platão” (Don Leal)
Há vários desenhos na tela e todos juntos representam o universo. Comparando com o mito da Caverna de Platão, em que todos viviam nas sombras, tudo o que se vê está nas sombras. A luz sugere a busca de algo que está ainda fora do nosso alcance.
Vanessa de Souza Almeida

A pintura é composta de figurações aleatórias, espalhadas pelo quadro, sem nexo entre elas jogadas sobre um fundo azul. O mito da caverna afirma que nossa vida no mundo físico não passa de um mergulho no mundo de sombra – no interior da caverna. Assim, não podemos ver os objetos como eles são. A pintura é uma figuração da nossa incapacidade de conceber um verdadeiro nexo entre as coisas.
Danilo Citro

Tela: “Maria fumaça” (Cacá Drummond)
Caca Drummond utiliza traços puramente elementares, limitando-se à sugestão do significado, ou seja, o significante não delimita o objeto que representa. Exige do espectador abstração e inteligência.
Gustavo Monteiro


Tela: “Lonely Person’s Legend”
O quadro demonstra a intensidade da solidão, fazendo um jogo com várias tonalidades de cinza e branco. Acredito que a forma circular do quadro represente o mundo incompleto de um ser solitário.
Ana Miriam Rodriguez

O quadro apresenta um aspecto macabro de um tempo nublado e obscuro. O homem apresenta-se assustado e apreensivo. Ao seu redor há fantasmas resultantes da solidão.
Natália Figueiredo Silva

O quadro passa a impressão de tristeza, de solidão – uma pessoa perdida nos seus p´roprios pensamentos.
Anileda Aleixo Santos

Tela: “Ianua Coeli, ianua inferni”.
No alto há uma porta por onde entram as almas dos mortos. Em frente à porta há um grande ser escuro que deve ser o demônio. Distinguem-se na paisagem dois portais – um deve levar ao céu; outro, ao inferno. Dois grupos de figuras pretas e brancas estão de mãos dadas. Bons e maus são parecidos.
Marcelo de Souza Fonseca

O quadro simboliza a entrada para o céu e para o inferno. Algumas almas enfileiradas são conduzidas por silhuetas felinas (anjos brancos e demônios com círculos vermelhos). A contrário do que geralmente é representado, o inferno é representado por uma porta no alto e o céu por uma vala na parte de baixo. Isso nos dá a impressão de que o mal e o bem estão invertidos.
Thalita Laina Dias Pimentel

Tela: “The bath”
O quadro mostra três mulheres tomando banho em um rio e secando-se com lenços. As mulheres parecem ser deusas e parecem dançar.
Aline de Figueiredo Leite

Tela: “Lê malade imaginaire”
Um diálogo entre o retrato de Van Gogh e o homem demente, louco, de Molière.
Jairo

Tela: “Elige teu destino”
Linhas desenhadas em preto e branco com ar de melancolia ou solidão. Apenas uma passagem em duas vias a serem escolhidas.
Sarah Linhares Oliveira

A tela apresenta uma versão de que cada um pode escolher seu caminho. Não existe estação e nem trem, apenas uma passagem.
Gabriele Cerceau Flausino

Leio uma passagem, com ausência de seres vivos, em direção a um túnel. Passar por esse túnel seria a possibilidade de estar em outro lugar, um outro lado. O túnel é a passagem para outros universos.
Vanda Rodrigues e Silva

A tela em preto e branco mostra uma malha ferroviária de mão dupla, sem pessoas. Ela convida o público a escolher um destino – basta seguir os trilhos.
Paulo Henrique Araújo

Tela com uma ferrovia com vários destinos, passando por uma cidade vazia e solitária. Como não há trem, nem passageiros, o destino pode ser escolhido, contudo não se tem certeza do destino e nem de como segui-lo.
Geidla Manuel

Tela: “Dos en la ciudad”
O quadro mostra o quanto o homem valoriza o concreto, as construções, e reserva pouco espaço à vida humana, às relações sociais.
Thaís Fernanda da Silva

Tela com casas unidas com paredes irregulares que impressiona por não deixar espaço entre elas. Dois corpos tomam o centro da obra em pose carinhosa, numa junção complementar à paisagem, porém mais forte que a união das residências. O conjunto desperta uma sensação de aconchego.
Iara Marinho dos Reis.

A obra é subjetiva, com cores fortes e vibrantes – dá vida às casas.
Flaviana Ângela Pinto

Tela: “the rigth path”
O quadro faz lembrar passagem – morte. Há luz no fim do túnel. Uma mulher flutua, desliza nas paredes sólidas do túnel.
Luiz Guilherme Kogut

A tela demonstra psicodelia em um turbilhão formado por acontecimentos e delírios. É um caminho sem consciência, sem rumo certo, mas profundo.
Erick Xavier

Tela “Lãs puertas de la conciencia”
A obra é um tipo de arte digital, com portais espalhados num cenário de céu, nuvens, fogo e mar, mostrando talvez a imensidão do espaço e da alma.
Carla Ramalho Alves