Comentários sobre as obras expostas Exposição
Aldravista de Arte - Mostra Internacional. (De 30 de Maio a 13 de Junho de 2007) Local: MUSEU CASA ALPHONSUS DE GUIMARAENS Rua
Direita, 35, Centro - Mariana, Minas Gerais Os autores dos comentários são alunos do Curso de Letras da Universidade Federal de Ouro Preto
A
tela apresenta um ser humano desvalorizado, degradado, um lixo. Todo o
cenário mostra a degradação, o abandono a decadência.
O homem se vê reduzido àquilo que ele mesmo degradou. Quadro
drasticamente existencialista e rude, tendendo para a idéia do
homem condenado ao fracasso; retrato da derrota e do clima pessimista
compilado pela palavra título: lixo. A
pessoa que está dentro do lixo chega a tal ponto de insignificância
que não possui semblante definido, pois sua identidade não
faz diferença alguma. Tela:
“o grito da natureza” (Camaleão) A
obra apresenta um rosto saindo da tela com expressão de grito,
com cores mortas; é a natureza que grita pedindo o fim da destruição. O
ato de saber interpretar os signos e compreender seus valores expõe
as pessoas às experiências acumuladas. Dessa forma, vejo
a tela o grito da natureza, de cores frias, como representação
do descaso do homem para com o seu planeta. A linguagem Doda tela é
clara e objetiva, pois mostra o grito de sofrimento, da destruição
e da iminência da morte. Tela:
“a mulher de trinta cabelos” (Elias Layon) Tela:
“tronco” (Camilo) Vejo
em “tronco” um semblante de tristeza e ao mesmo tempo de conformidade,
como se aquela situação fosse inevitável ou normal.
Seus traços mostram força, luta diária. Em meio a
tantas dificuldades apresentadas na tela, há a do negro hoje, livre,
mas preso a amarras de tantos problemas sociais. Em “tronco” vemos a imagem de uma negra presa pelos pés e mãos, a um tronco de madeira, lugar que possivelmente trazia sentimento de angústia, dor e humilhação. O fato de se retratar uma mulher, mostra a falta de participação da mulher em muitos espaços sociais.Vivian leme Furlan ‘Tronco”
retrata tempos de escravidão e sofrimento, em que seres humanos
são presos sem direito a opinião própria. Tela:
“sede” (Camilo) Tela
“chuva ácida” (Déia Leal)
Tela:
“Caverna de Platão” (Don Leal) A
pintura é composta de figurações aleatórias,
espalhadas pelo quadro, sem nexo entre elas jogadas sobre um fundo azul.
O mito da caverna afirma que nossa vida no mundo físico não
passa de um mergulho no mundo de sombra – no interior da caverna.
Assim, não podemos ver os objetos como eles são. A pintura
é uma figuração da nossa incapacidade de conceber
um verdadeiro nexo entre as coisas. Tela:
“Maria fumaça” (Cacá Drummond)
O
quadro apresenta um aspecto macabro de um tempo nublado e obscuro. O homem
apresenta-se assustado e apreensivo. Ao seu redor há fantasmas
resultantes da solidão. O
quadro passa a impressão de tristeza, de solidão –
uma pessoa perdida nos seus p´roprios pensamentos. Tela:
“Ianua Coeli, ianua inferni”. O
quadro simboliza a entrada para o céu e para o inferno. Algumas
almas enfileiradas são conduzidas por silhuetas felinas (anjos
brancos e demônios com círculos vermelhos). A contrário
do que geralmente é representado, o inferno é representado
por uma porta no alto e o céu por uma vala na parte de baixo. Isso
nos dá a impressão de que o mal e o bem estão invertidos. Tela:
“The bath” Tela:
“Lê malade imaginaire” Tela:
“Elige teu destino” A
tela apresenta uma versão de que cada um pode escolher seu caminho.
Não existe estação e nem trem, apenas uma passagem. Leio
uma passagem, com ausência de seres vivos, em direção
a um túnel. Passar por esse túnel seria a possibilidade
de estar em outro lugar, um outro lado. O túnel é a passagem
para outros universos. A
tela em preto e branco mostra uma malha ferroviária de mão
dupla, sem pessoas. Ela convida o público a escolher um destino
– basta seguir os trilhos. Tela
com uma ferrovia com vários destinos, passando por uma cidade vazia
e solitária. Como não há trem, nem passageiros, o
destino pode ser escolhido, contudo não se tem certeza do destino
e nem de como segui-lo. Tela:
“Dos en la ciudad” Tela
com casas unidas com paredes irregulares que impressiona por não
deixar espaço entre elas. Dois corpos tomam o centro da obra em
pose carinhosa, numa junção complementar à paisagem,
porém mais forte que a união das residências. O conjunto
desperta uma sensação de aconchego. A
obra é subjetiva, com cores fortes e vibrantes – dá
vida às casas. Tela:
“the rigth path” A
tela demonstra psicodelia em um turbilhão formado por acontecimentos
e delírios. É um caminho sem consciência, sem rumo
certo, mas profundo. Tela
“Lãs puertas de la conciencia”
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