Os desafinados
“Quando
eu morrer nasce um melhor ou pior...
Quando eu morrer vou descansar...”
(menino
do tráfico)
Não sei se
rezo pai-nosso que está longe
ave-maria que está no céu
glória ao pai, ao filho e ao espírito santo
até a hora de nossa morte,
ou
se faço
oração
rosário
novena
suplica
promessa
quarentena
ou
imploro
a pai de santo
curandeiro
rei
padre
feiticeiro
presidente
ou
berro aos prantos
- Tirem os meninos!
Não sei se canto
com voz afinada um rap,
ou desafino
pop, jazz, carnaval
pagode, rock, hip-hop:
- Este flerte é fatal!
Não sei se
desafino
gentilezas
favores
conveniências...
ou
Simples (mente)
tapo a cara
de pau
de bunda
de santo fingido.
Não sei se
d i s p a r o
verso perdido
rima rica
rima pobre
prosa incisiva:
- Tirem os meninos!
ou
se choro
choro convulsivo
sentido
patético
banal,
trágica lamentação
ou
solto o verbo
e diversas vozes
arrastadas de sono
e flerte fatal:
- Tirem os meninos do tráfico!
Os desafinados também têm um coração.
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Aluno
da E. E Dom Benevides em declamação
Anjo da Terra
Meu menino
está na ponta do céu
iluminando trilhas de caminho apagado.
Está no vento que sopra brisa
nos cabelos suados de mãe.
Está no sol
que esquenta
ar frio.
Está lá
aqui
acolá...
Em todos
e
nenhum
lugar.
Meu menino
têm cabelos
pretos
vermelhos
e
dourados,
encaracolados
feito cachos de anjos,
mas não têm asas
por que nunca
vai
voar.
Meu menino
não sei onde está...
Não sei
se perdi por aí
ou
se está vagando
feito alma perdida.
Meu menino
não chora de noite
não brinca comigo
nem lança
olhar
de amor pra mim.
Meu menino
jamais vai
me pedir
nada.
Meu menino não existe...
Poema
de Andreia Donadon Leal declamado por alunos da E. E. Dom Benevides:
1º lugar no Prêmio Cataratas de Poesia.
Alunos
da E. E Dom Benevides em declamação
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