Jornal Aldrava Cultural
A opinião de Leon Frejda Szklarowsky

 


Leon Frejda Szklarowsky


Leon Frejda Szklarowsky, é advogado, subprocurador-geral da Fazenda Nacional aposentado, conselheiro e presidente da Comissão de Arbitragem da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Distrito Federal, juiz arbitral da American Arbitration Association, Presidente do Conselho de Ética e Gestão do Centro de Excelência de Mediação e Arbitragem do Brasil, acadêmico do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, da Academia Brasileira de Direito Tributário e membro dos Institutos dos Advogados Brasileiros, de São Paulo e do Distrito Federal, do Instituto Brasileiro de Direito Tributário e da Associação Nacional dos Escritores, da Academia Maçônica de Letras do Distrito Federal, da Academia de Letras e Música de Brasília e do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal. Destacam-se entre os títulos: mestrado e especialização em Direito do Estado, especialização em Metodologia do Ensino Superior e curso sobre Finanças Públicas, promovido pelo Instituto do Fundo Monetário (Washington – USA). Entre suas obras jurídicas, citem-se: Responsabilidade Tributária, Execução Fiscal, Medidas Provisórias (esgotadas), Medidas Provisórias – Instrumento de Governabilidade, participação em obras coletivas, ensaios e artigos sobre crimes de racismo, contratos administrativos, tributos, processo, arbitragem e diversos assuntos jurídicos. Em elaboração final: Manual de Arbitragem. Obras literárias: Hebreus – história de um povo, A Orquestra das Cigarras, crônicas, contos e poesias. Co-autor do anteprojeto de lei que se transformou na Lei 6830/80 – Lei de Execução Fiscal, autor do estudo e do anteprojeto sobre a penhora administrativa, que serviram de subsídio para os Senadores Lúcio Alcântara e Pedro Simon. Co-autor do anteprojeto da lei de recuperação de empresas e falência.

Brasília
a princezinha do cerrado - polo cultural e político do Brasil

   O bem mais precioso do universo é a vida.
E o homem, sem dúvida.
Mas o bem mais precioso do homem
constitui a amizade, a relação
ser humano - ser humano,
seu maior capital.

A provação faz parte da condição humana,
como meio de purificação e caminho árduo
para atingir-se o aprimoramento espiritual e, talvez,
em futuro ainda longínquo, desvendar o mistério
que nos envolve a todos, fornecendo, com certeza,
a resposta do por que e para quê estamos na Terra.

CARTA À POETA ANDRÉIA DONADON LEAL

Ninguém é vazio bastante que não tenha o que dizer.
Todo ser humano tem dentro de si algo significativo para transmitir
e traz a energia celestial, mas poucos a utilizam ou sabem utilizá-la.

A vida é o bem mais precioso do universo, mas a vida sem liberdade
não tem qualquer significado, nem dignidade. A liberdade, porém,
não se confunde com a licenciosidade nem com abuso desenfreado



O TEMPO É APENAS UMA PARTE DA ETERNIDADE QUE NUNCA COMEÇA, NUNCA TERMINA
PRIMEIRAS PALAVRAS



Ler um livro é partir para o até então mundo desconhecido, conviver com acontecimentos, até então estranhos, e conhecer um pouco do autor, o criador daquele universo, que era só dele e passou a pertencer também ao leitor, antes um intruso, um estrangeiro, que de agora em diante compartilha e às vezes determina o rumo e recria em sua mente e em sua imaginação um novo e fascinante espaço - tempo, fazendo estremecer a sólida rocha de seus encantos, com novas interpretações ou vontade de fazê-lo, ou, como no caso da sua obra, diferente sob todos aspectos, participar da mesma criação e das mesmas idéias, louvando-as, aplaudindo-as e segui-las.
Eis o poder de um artista, de um escritor, de um estadista, de um cientista do direito, de um poeta, de contador de histórias, de um artífice da palavra, de um artesão ou de um ourives da imaginação e da inteligência, o arquiteto de um diálogo, de fatos, teses e, porque não, de novos caminhos e mundos, navegando pelas galáxias da imaginação.
E livros, que eu saiba, não dão dinheiro, pelo menos para mim ou para o João Ubaldo Ribeiro, que escreveu há algum tempo, no Estadão (vale a pena saborear seu escrito ), uma preciosa crônica, de extrema atualidade, “Eu quero meu cemildola.” Não obstante, quando não se sabe fazer outra coisa, vale mesmo a pena escrever, não importa se dê dinheiro ou não. Se dá prazer, pronto!!! E quando, além do prazer, é uma necessidade do espírito, então, não há outra coisa a fazer, senão, escrever! Escrever! Escrever!...

E ler poesia, minha cara poeta, é sem dúvida ingressar num mundo de sonhos banhado pela realidade, às vezes cruel, outras vezes, nem tanto, mas sempre merecendo ser vivida.
Afinal, que mais é preciso? Nada senão poetar, poetar e adormecer nos sonhos, sob as estrelas cintilantes de um céu negro, mas candente de luzes e miríades que enaltecem a alma de qualquer mortal quanto mais de uma poeta. E o poeta é um lutador e um gigante na arte de escrever. Você realmente é uma poeta.
SEGUNDAS PALAVRAS

Pretendia fazer, antes, uma leitura dinâmica, uma viagem desregrada e liberta, para somente depois ler com mais vagar. Nenhuma estação haveria, nesta primeira andança. Pura fantasia! Ledo engano! Apenas divagação do espírito, porque este se desgarrou do corpo e lá se foi, para a caminhada, que prometia ser fascinante, e ingressou neste mundo fantástico de sonho e realidade envolto de desafios. Que mais podia fazer senão deixá-lo solto?
Os versos começaram a prender-me. As imagens que se formavam em minha mente, o universo que se criava, cada vez mais, exigiam concentração e dedicação, sem pré – requisitos, impelindo-me, mais e mais, para a jornada confortável e maviosa. Reclamavam profunda e severa meditação. E, mais, exigiam confortável descanso também, para profunda reflexão.
E, assim, o pretérito presente que é mais presente, para mim, ou futuro, porque, na verdade, em breve estou pensando no futuro, que já é presente e, de repente, faz-se pretérito, mesmo. O título da obra, por si só, é deslumbrante.

Realmente, meu cara poeta, a vida é bela, fascinante e sempre promissora. Por isso, “poetei” que:

A vida, uma pequena caminhada, pela Terra.
A vida, um salto rápido, por este mundo.
A vida, o prelúdio da morte, que, certamente, não é o fim.
A vida, o antecedente necessário de um mundo melhor.
A vida, o caminho de comunicação entre o homem e o desconhecido.
A vida, o caminho da purificação, se bem vivida.

O corpo, quando invólucro de uma alma sublime,
O corpo, quando invólucro de uma alma pura,
O corpo, quando invólucro de uma alma limpa,
O corpo, quando invólucro de uma alma iluminada,
O corpo, quando invólucro de uma alma luzidia,
O corpo, quando invólucro de uma alma em estado de graça,

Não perece jamais.
Não desaparece.

Apenas se transforma,
Apenas se movimenta.

Vale dizer: se todos se pusessem a pensar sobre os momentos que vive e o que tem feito e o que deve fazer, concluiriam que a vida - esta passagem por este planeta - tem um significado maior que o de mera estratificação material. Talvez assim os acontecimentos ruins não ocorressem. Tudo enfim é uma grande incógnita. É sonho do ser humano em busca do seu desejo de viver, viver, viver!

TERCEIRAS PALAVRAS

O sugestivo título – Cenário Noturno - é o primeiro alarme e a antevisão de um porto seguro de que o livro será partilhado por todos que tiverem a ventura de o ler, porque, com você, o lirismo está sempre presente, não é passado, não é futuro, mas sempre presente. Fica grudado no seu espírito e pronto!
O amor está sempre presente, na sua poesia, a brancura do papel esperando ser escrito, o anjo, o ventre, onde você nasceu, o chorar e o lugar quente, que não deixa o frio mineiro penetrar nas suas entranhas e, de repente, o coração solitário bate as portas e toma conta dos espaços vagos e abafa o som da tempestade. E na noite de verão seu corpo cansado descansa no colchão duro da cama e lá está você viajando na imaginação de estar lá em cima e cá embaixo encontra a violeta para, num suspiro, encontrar a sociedade dos mortos, lúgubre e ao mesmo tempo romântico, indagando se os poetas morrem. E eu lhe respondo que não morrem porque sua é a eternidade...
Esta é a sua poesia que penetra na alma, aquece e adormece um sono suave e gostoso.
E você, espiritualista que é, faz-me lembrar, com seus versos, que a essência das coisas é a mesma em todas as religiões e consciências, não importa o tempo, nem o espaço, variando apenas a forma e os caminhos do percurso, convolando o pensamento de que Deus é um, ou a pluralidade na unidade – essa Energia infinita e desconhecida, mas presente em tudo.
Porque
Assim entendo Deus.
Assim entendo a visão holística do universo.
Assim entendo o mundo em que vivemos.
Assim entendo o passado, presente e futuro.
Assim entendo a eternidade.
Assim entendo o infinito.
Porque
“Ele ama a retidão e a justiça; a Terra está cheia de benignidade do Eterno... O Eterno olha lá do céu, vê todos os filhos dos homens. Lá do lugar da Sua habitação, dirige Seu olhar para todos os habitantes da Terra. É Ele quem forma o coração de todos eles, quem considera todas as suas obras” (Salmo 33).

Eis, seu universo. Você, sem dúvida, demonstrou que é uma fonte perene de ensinamentos para doar e transmitir!
Eis, minha boa amiga, neste início de um novo milênio que poderá ser o começo da idade de ouro espiritual, o mundo precisa de pessoas como você: poeta cheia de lirismo, do bem para o bem.
E assim a viagem se fez bela, encantadora e sublime!
Parabéns.
Por isso, minha cara amiga, a responsabilidade do escritor é muito grande e, quando ele consegue transmitir a mensagem, é sinal de que atingiu o objetivo. E, certamente, você o fez.
Afinal, o escritor, o poeta e o compositor têm um pouco de cada ser humano e, da síntese, ele produz sua obra. E, quando o escritor ou o poeta escreve, seu espírito começa a divagar, desgarra-se do corpo e inicia a caminhada fascinante. Envolto de desafios, ingressa no mundo fantástico do sonho, do devaneio. E você, bem sabe, escrever é uma arte e uma necessidade. Faz parte do dia a dia do escritor e do poeta.
Realmente, o escritor desempenha papel importante, pois com sua pena (ou, já agora, com seu computador) marca os melhores e até os piores instantes vividos pelo ser humano, na Terra. Isto se aplica também aos poetas.

Que bom que a encontrei na casa do poeta e do escritor.
Que bom que a conheci.
Que bom que assim pude ler sua poesia.
Que bom que assim pude conhecer seu mundo.
Que bom que assim ingressei no Cenário Noturno!