Palestra
de Oficina de Aldravias na ALEPON
A
Academia de Letras de Ponte Nova - ALEPON - promoveu palestra e
oficina de aldravias para seus membros, integrantes do grupo de
teatro jovem de Ponte Nova e convidados. O evento ocorreu em sua
sede, no dia 13 de março de 2013, às 19 horas, um
dia antes da comemoração do Dia da Poesia. O palestrante
foi o poeta aldravista e professor da UFOP J. B. Donadon-Leal, acompanhado
dos oficineiros, poetas aldravistas, Gabriel Bicalho e J. S. Ferreira. Esta ação foi executada como contrapartida a patrocínio do Ministério da Cultura a participação dos autores aldravistas no Salão do Livro de Paris em março de 2012, para lançamento do livro Écrivains Contempaorais du Minas Gerais.
Painel
de poemas produzido pelo acadêmico Zaidan
A
palestra que antecedeu a oficina versou sobre os fundamentos da
aldravia.
Aldravia, poema de seis versos
univocabulares, com sintaxe por coordenação, livre
de amarras que impliquem limitação de interpretação.
A aldravia não é uma frase de seis palavras disposta
de forma vertical; aldravia é um poema.
Na aldravia, a palavra é o elemento essencial formador da
poesia; por isso, uma aldravia prescinde da utilização
de recursos visuais adicionais, embora o poeta possa fazer experimentações
visuais que não resultem em complicadores de leitura.
Esse poema (aldravia) foi criado pelos poetas aldravistas de Mariana
(Andreia Donadon Leal, Gabriel Bicalho, J. B. Donadon-Leal e J.S.
Ferreira), e foi publicado pela primeira vez em no Jornal Aldrava
Cultural de dezembro de 2010.
Atualmente há milhares de poetas, no Brasil e no exterior,
escrevendo e publicando aldravias.
ABC das aldravias
O poeta aldravianista deve observar os seguintes critérios
para a elaboração de aldravias:
• usar um único vocábulo em cada verso, num
total de seis versos;
• Iniciar os versos com letras minúsculas. Em caso
de nomes próprios, vale a opção do autor;
• a divisão em versos de uma única palavra já
implica pausa; por isso, não é recomendada a utilização
de pontuação. Além disso, a pontuação
limita possíveis interpretações relativas a
livres escolhas do leitor em deslizar pausas para criar novos sentidos.
• as pontuações de interrogação
ou exclamação podem ser utilizadas, se a sintaxe da
aldravia, por si só, não denunciar a proposição
do poema.
• nomes próprios duplos (com ou sem ligação
por hífen), cuja divisão resulta em outro nome (Di
Cavalcanti, Van Gogh), podem ser considerados vocábulos únicos;
• formas pronominais ligadas por hífen são considerados
vocábulos únicos;
• sugerir mais do que tentar escrever todo o conteúdo.
Incompletude é provocação aldrávica;
• privilegiar a metonímia, evitando-se a metáfora.
Participantes da Oficina |
J. B. Donadon-Leal, palestrante e oficineiro |
ao centro, Wilma Quintiliano, Presidente da ALEPON,
apresenta o palestrante |
Acadêmicos da ALEPON e da ACLA-MG participaram da palestra-oficina
de aldravias |
Algumas
aldravias produzidas pelos participantes da Oficina de Aldravias
frio
da
noite
quentinho
da
coberta
Gustavo Farias Carvalho
|
dúvida...
aldravia?
como
fazer
essa
poesia?
Rudson de Souza
|
sol
forte
lua
cheia
iluminada
escuridão
Luís Otávio Reis
|
você
se
encaixa
no
meu
quebra-cabeça
Letícia Basílio
|
você
e
eu
vida
sem
temor
Vítor Hugo Pereira
|
palavras
ricos
nutrientes
para
a
mente
Bruna Oliveira
|
viver
não
ter
medo
da
felicidade
Thaynara de Souza Oliveira
|
vejo-te
puro
desejo
quero
teu
beijo
Walefe Mazzony
|
noite
fria
coração
só
ideias
mil
Suzana Castro
|
vida
curta
temporada
de
sentimentos
eternos
Tânia Sasse
|
vivo
a
noite
você
meu
travesseiro
Lena Borba
|
sou
poesia
declamo-te
versos
de
magia
Fabrício Castro da Silva
|
sem
você
felicidade
apenas
na
lembrança
João Pedro Ribeiro
|
insulamento
no
tempo
janela
da
vida
Grazielle Sabino*
|
tempo
a
correr
curativos
da
alama
Ivan Carlos Sabino*
|
*Membros
da Academia de Ciências, Letras e Artes de Minas Gerais
Os paricipantes fizeram a leitura
de suas aldravias
Página
editada em 16 de março de 2013
Editor: J. B. Donadon-Leal