Guilherme Hurtado
Sociedade
idealizada por Andreia Donadon Leal
Logo
criada por Gabriel Bicalho
Guilherme Hurtado nasceu em 1984, na cidade de Belo Horizonte. É graduado em Letras e leciona Língua Portuguesa e Redação na rede privada de ensino. Autor de contos, poemas, histórias infantis e aldravias, Guilherme procura relatar, por meio de suas composições, as aflições que permeiam o comportamento humano. Com versos, o poeta descreve os sentimentos dos grandes centros e poetiza o ser comum. Em 2019, publicou o livro “Pé de Jabuticaba” pela Editora Crivo. Guilherme é Membro Efetivo da Sociedade Brasileira do Poetas Aldravianistas e Acadêmico Correspondente da Academia Internacional de Artes, Letras e Ciências – A Palavra do Século 21 – ALPAS 21. Suas maiores inspirações para a vida: a arte, a natureza e, principalmente, o seu filho Victor.
Aldravias
de Guilherme Hurtado (Belo Horizonte - MG)
Cidade |
falha
eu
brado
ao
falar
engasgado
==
dentro
da
caverna
virtual
fui
manipulado
==
murmuram
muros
que
separam
os
bravos
==
lambi
poças
com
gostos
de
solas
==
loucura
solta
fumaça
por
ruas
pobres
==
um
viaduto
sambado
por
dois
jovens
==
no
túnel
se
lambem
três
felinos
==
bebi
boas
doses
de
desabafos
gritos
==
vazios
banheiros
pressentem
odor
das
avenidas
==
mendigou
cerveja
de
barão
para
cuspida
==
ao
chão
restos
ofegantes
de
estranheza
==
vinil
para
musicar
dançarinas
belas
bêbadas
==
gota
de
suor
para
impressionar
leitos
==
casais
que
se
limpam
com
lenços
==
animais
honestos
que
mordem
os
beiços
==
sinuca
de
bico
para
prender
amor
==
cartas
de
baralho
para
se
sobrepor
==
faz
cabelo
corta
barba
derrama
conhaque
==
sóbrio
quis
caldo
de
cana
amargo
==
alguém
de
leque
doa
seu
bafo
==
me
meto
no
miar
dos
gatos
==
lucubração
momentânea
na
bela
muralha
pichada
==
dentro
de
mim
mora
uma
cidade |
|
REFÚGIO |
cultiva-me
nos
bosques
de
sua
raiz
==
celas
cinzas
por
permeáveis
verdes
cortinas
==
deixei
janelas
para
adentrar
rios
lindos
==
tatuei-me
de
folhagens
do
vento
vindo
==
plantei
palavras
que
o
tempo
transformou
==
encontrei
casa
em
meu
próprio
calor
==
dos
galhos
soltos
nascerá
uma
poesia
==
colmeias
ninhos
tocas
serão
nossa
esquina
==
sussurrar
nos
vales
gotas
de
orvalho
==
proteger-me
da
chuva
com
estrela
telhado
==
pegadas
inversas
de
joelhos
são
rastros
==
hei
de
encontrar
pão
terra
molhada
==
cozinhei
ardência
na
natureza
das
coisas
==
alimentos
que
sugam
vazio
do
estômago
==
sinto-me
puro
adentro
meu
sangue
só
==
trajes
velhos
confortam
matéria
em
cipó
==
revolução
selvagem
a
minha
essência
semeia
==
ponteiros
de
bolso
nu
perpassam
fendas
==
banhar-se
de
sol
escutando
o
rastejo
==
fazedor
de
hora
não
quer
cortejo
==
pedras
na
inquietude
pluvial
do
dia
==
barros
da
partida
negam
pranto
tímido
==
de
pisos
solúveis
nasce
toda
vida |
|
|
|
|
|
Página
criada em 28 de maio de 2020
Editor: J. B. Donadon-Leal