Sociedade Brasileira de Poetas Aldravianistas

Jorge Ventura

Sociedade idealizada por Andreia Donadon Leal
Logo criada por Gabriel Bicalho

Jorge Ventura cursou Artes Dramáticas na Escola Martins Penna, quando atuou em peças de autores consagrados como Brecht, Gogol, Ariano Suassuna, José Vicente, Dias Gomes, Gianfrancesco Guarnieri e Plínio Marcos, somando mais de 30 peças de teatro em seu currículo. Além de cursos de especialização na CAL (Casa de Artes das Laranjeiras), participou de companhias de teatro e grupos de poesia. Logo no início dos anos 1980, teve uma participação na telenovela da TV Globo, Terras do Sem-Fim, adaptação do romance de Jorge Amado, estrelada por Cláudio Cavalcanti e Nívea Maria, sob a direção de Herval Rossano. Ainda nos anos 80, fez outra breve participação nesta emissora, em um dos capítulos do Sítio do Picapau Amarelo, série dirigida por Geraldo Casé. Em 1995, foi garoto-propaganda da rede de lojas Rei das Tintas, atuando em comerciais de rádio e TV, veiculados na região Rio. E de 1999 a 2009, protagonizou sete curtas e um longa-metragem. Neste período, chegou a dublar filmes e desenhos animados nos estúdios da Herbert Richers. Jorge Ventura também é poeta, jornalista e publicitário (com pós-graduação em Marketing). Além de performances e encenações poéticas, vem atuando nos principais saraus e movimentos culturais do Rio. Autor de dois livros, em poesia e prosa, Turbilhão de Símbolos (2000) e Surreal Semelhante (2003) – ambos pela Imprimatur/Rio de Janeiro. E de um ensaio jornalístico, Sock! Pow! Crash! – 40 anos da série Batman da TV (2006), pela Opera Graphica/ São Paulo. Premiado em muitos concursos e festivais, como poeta e melhor intérprete, sua poesia está presente em dezenas de antologias, coletâneas, além de sites, jornais online e portais literários. Realizou mais de 700 apresentações poéticas de 1999 a 2011, no Rio e em outros municípios, incluindo participações no Festival Carioca de Poesia, na Semana Cultural em Santa Teresa , no PoêTerê (Teresópolis), na I Mostra Brasileira de Poesia em Maricá, na EPOCABREU (Encontro de Poetas em Casimiro de Abreu), na FLIM (Festa Literária de Santa Maria Madalena/RJ), no Belô Poético (Belo Horizonte/MG), e no Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves / RS. Cônsul Poetas Del Mundo da região Recreio, é o atual Diretor de Comunicação Social da Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro (APPERJ) e do Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro (SEERJ), sendo há 8 anos um dos convidados especiais das atrações cênico-poéticas do Grupo Poesia Simplesmente. Jorge lançou, em junho de 2012, o seu quarto livro – terceiro de poesia – intitulado Faca de Ponta, Fogo de Palha, editado pela Oficina Editores.

Aldravias de Jorge Ventura (Rio de Janeiro, RJ)

Aldravias (postadas nesta página em 24 de novembro de 2012)

distância além-mar lágrimas de sal: saudades	Amor Contrassenso queimou-se breve qual incenso	desfiar novelos destinos brincar de Deus	tão relativas as formas de prazer	estranho diante do espelho: outro eu
sínteses abrem horizontes aldravias de acesso	casa com família reunida ecoa silêncios	matou-se: sempre se fez de vítima	passarinhos tecem aurora urdidura da manhã	vim dalgum lugar cidade ou lenda

Aldravias (postadas nesta página em 16 de outubro de 2012)

ouço tua voz mesmo estando calada	teus olhos dão sentido aos cristais	passarinho na gaiola: liberdade na bitola	germino manhãs de sol colho primaveras	foi na sorte voltou pó: poesia
conserta mil artefatos arte de fato	eu surto na cama no kamasutra	nossa paixão um achado: estamos perdidos	teu todo é tudo em mim	uivos de homens em noite braba

Aldravipeia de Jorge Ventura
(postada em 09 de novembro de 2013)

Coração

I
coração
só
ouvidos
canções
de
amor

II
tão
relativas
as
escolhas
do
coração

III
disse-me-disse
não
diz
nada
ao
coração

IV
coração
acelerado
ao
ritmo
do
beijo

V
como
derreter
um
coração
de
gelo?

VI
nosso
coração
angustiado
de
esperas
vãs

VII
coração
selvagem
serei
caça
ou
caçador?

VIII
amor
greve
geral
coração
reivindica
atenção

IX
mergulhado
na
paixão
coração
afaga-me!
afoga-me!

X
romântico
utópico
inquieto
coração
de
poeta

XI
silêncio
grito
que
vem
do
coração

XII
sangra
coração
da
cidade:
bala
perdida

XIII
procura-se
desesperadamente
chave
de
coração
trancado

XIV
inusitado
batimento
alterado
bateu
saudade
danada

XV
tum
tum
tum
tu
t
foi-se

XVI
coração
tão
fraco:
emoção
bate
forte

XVII
dedo
no
gatilho
coração
na
mão

XVIII
nas
asas
do
amor
voa
coração

XIX
batom
no
espelho
coraçãozinho
de
despedida

XX
começou
no
olhar
acabou
no
coração

Aldravias de Jorge Ventura
postadas em 16 de fevereiro de 2015

I
passarinhos
tecem
aurora
urdidura
da
manhã

II

beijo
chocho:
não
falamos
mesma
língua

III

árvores
irmãs
de
raízes
abraços
folhosos

IV

estátua
erguida
peso
leviano
da
inverdade

V

origem:
ovo
do
ovo
do
ovo

VI

discurso
político
liquefeito
mar
de
promessas

VII

nas
perdas
da
vida
ganho
ensinamentos

VIII

erro
matemático:
desejo
além
da
conta

IX

na
flor
da
idade
espinhosas
decepções

X

agricultores
em
pé-de-guerra
progresso
na
contramão

meia-noite
vulgar:
lua
cheia
gente
vazia

batuco
caixas
de
fósforo:
palitos
sambam